Mercado de trabalho dos EUA cria 201 mil vagas de emprego
Número, superior à expectativa de analistas, reforça visão de que a economia está resistindo à guerra comercial
A criação de vagas de emprego nos Estados Unidos acelerou em agosto, com os salários registrando o maior aumento anual em nove anos, fortalecendo as visões de que a economia está até agora resistindo à intensificação da guerra comercial do país com a China.
A criação de vagas fora do setor agrícola chegou a 201 mil no mês passado, impulsionada pelas contratações nos setores de construção, varejista e serviços profissionais e empresariais, informou ontem o Departamento do Trabalho.
O número de vagas criadas fico acima das expectativas do mercado de trabalho norteamericano. Economistas consultados pela Reuters projetavam criação de 191 mil vagas no mês passado e queda da taxa de desemprego a 3,8%.
Segundo os economistas especializados nas questões de emprego e crescimento, a economia norte-americana precisa criar 120 mil vagas por mês para acompanhar o crescimento da população em idade de trabalhar, a PEA (população economicamente ativa).
Os números divulgados ontem são mais uma mostra da força do mercado de trabalho dos EUA. Ao longo dos três últimos meses, a economia criou em média 185 mil vagas por mês, superando a média de 2017, de 182 mil.
O rendimento médio por hora dos trabalhadores norte-americanos cresceu 0,4% ou 10 centavos de dólar, em agosto depois de subir 0,3% em julho. Isso elevou o aumento anual dos salários para 2,9% em agosto, maior alta desde junho de 2009.
O fortalecimento do crescimento dos salários destaca o aperto das condições do mercado do trabalho e consolida as expectativas de um terceiro aumento dos juros pelo Federal Reserve ( banco central dos Estados Unidos) este ano quando as autoridades do Fed se reunirem nos próximos dias 25 e 26 de setembro.
A taxa de desemprego permaneceu em 3,9% em agosto. Mas uma medida mais ampla do desemprego que inclui as pessoas que querem trabalhar mas desistiram de procurar uma vaga e as que trabalham meio período porque não conseguem encontrar algo em período integral caiu 0,1 ponto porcentual, a 7,4%, nível mais baixo desde abril de 2001.