Festival de Veneza encerra competição com obra pacifista
‘Zan’, do japonês Shinya Tsukamoto, sobre um samurai em crise que rejeita a guerra, foi muito aplaudido na competição
As exibições dos filmes em disputa pelo Leão de Ouro no Festival de Veneza se encerraram na sexta, 7, com um filme pacifista do cineasta japonês Shinya Tsukamoto. O último dos 21 filmes selecionados para a competição é uma ode pacifista narrada através da crise de um guerreiro samurai no final do século 19, que rejeita a guerra e a violência.
“A espada do meu samurai representa todas as armas do mundo. Com meu filme, quis expressar minha preocupação com a situação atual. É um grito contra a violência”, explicou o diretor, premiado em 2002 em Veneza por A Snake of June.
Considerado um dos cineastas mais originais da atualidade, transformando cada filme em uma experiência que não se restringe ao visual, autor entre outros de Tetsuo – Homem de Ferro (1989), fascina com a transformação do samurai Tsuzuki e sua recusa em matar.
Intitulado Zan (Matar), o filme foi aplaudido desde o início de sua projeção e respeita o ritmo frenético do pai do ciberpunk, dividido entre espetaculares batalhas e preocupações de seu guerreiro frágil e poético.
“A ideia veio a mim quando imaginei a reação de um jovem de nossos dias na época dos samurais. Ele seria capaz de matar sem pensar? Travar um duelo?”, contou.
Nesta ocasião, como em outros filmes, o próprio Shinya Tsukamoto assume o papel do samurai Sawamura, que recruta combatentes para a guerra civil que está prestes a explodir no Japão.