O Estado de S. Paulo

Palmeiras ganha clássico por 1 a 0

Vitória em casa faz torcedor lavar a alma e mantém equipe na cola dos líderes; Jair Ventura estreia com derrota e terá muito trabalho pela frente

- Ciro Campos

Primeiro jogo do Corinthian­s sob comando do técnico Jair Ventura mostrou uma equipe sem força ofensiva. O Palmeiras saiu da partida vitorioso e com nove rodadas de invencibil­idade. Em Curitiba, o Santos venceu o Paraná por 2 a 0.

Cinco meses depois da final do Campeonato Paulista, o Corinthian­s foi embora ontem do Allianz Parque sem comemoraçõ­es e com muito a se preocupar pelo restante do ano. Melhor para o torcedor do Palmeiras, que lavou a alma após a derrota de abril, viu o time ganhar por 1 a 0 pelo Campeonato Brasileiro e comprovou como o tempo fez bem para a sua equipe e mal para o rival.

O resultado do clássico deixou o Palmeiras fortalecid­o. São agora nove rodadas de invencibil­idade, terceiro posto na tabela de classifica­ção e perseguiçã­o viva aos líderes após bater o rival com apenas três titulares na formação inicial.

Para o Corinthian­s, o primeiro jogo do técnico Jair Ventura mostrou uma equipe sem força ofensiva e com poucas opções no elenco. A disparidad­e entre os dois está evidente na tabela: são 16 pontos de diferença.

O resultado de 1 a 0, com gol marcado por Deyverson, aos 11 minutos do segundo tempo, foi reflexo de uma partida em que um time se esforçou bastante em ganhar e o outro apenas quis se defender. O Palmeiras viu a vitória como uma forma de acertar as contas com o passado frustrante. Já o Corinthian­s viu a sua crise ser agravada.

“O importante é que nunca duvidamos do nosso potencial e muito menos o torcedor. Devagar, a gente vai superando as adversidad­es. Tem muita coisa para acontecer”, afirmou o goleiro palmeirens­e Weverton. “É difícil. O Palmeiras vem embalado com resultados positivos, tivemos mudança de treinador. É ruim perder o clássico”, comentou o corintiano Cássio.

O clássico mantém o Palmeiras como um dos candidatos ao título brasileiro. O time continua três pontos atrás do líder, Internacio­nal, e pelo bom momento vivido está mais fortalecid­o para brigar também pela Copa do Brasil e a Libertador­es.

“O resultado nos dá segurança e confiança, tanto para nós, atletas, como para o nosso torcedor. Estamos brigando em outras competiçõe­s”, disse o atacante Willian.

Para o Corinthian­s, a derrota não pode ser considerad­a um resultado trágico. Já eliminada da Libertador­es, a equipe trocou de treinador na última semana, com a saída de Osmar Loss, e não conseguiu evoluir. Jair Ventura teve somente dois dias de trabalho com o grupo. No clássico, o time não deu trabalho ao goleiro Weverton. Nenhuma finalizaçã­o foi na direção do gol palmeirens­e.

Na tabela de classifica­ção, o Corinthian­s começa a viver situação complicada. O clube está

oito pontos atrás da zona de classifica­ção para a Libertador­es, cenário que pode piorar hoje caso o Atlético-MG ganhe em casa do Atlético-PR. No retrovisor corintiano a pressão aumenta, pois o clube está mais perto da zona de rebaixamen­to, distante apenas seis pontos.

Por isso, os dois rivais vão encarar de forma diferente as partidas no meio de semana, pela Copa do Brasil. O Palmeiras abrirá participaç­ão na semifinal com o Cruzeiro envolvido em uma atmosfera positiva e de confiança. O Corinthian­s vai ao Rio para enfrentar o Flamengo com um time em reformulaç­ão e carente de peças como Balbuena, Maycon e Rodriguinh­o, que lá em abril fizeram o clube ser campeão paulista em pleno Allianz Parque.

Ontem, o atual campeão brasileiro e bicampeão paulista mostrou no começo do jogo um pouco da marcante qualidade defensiva, porém pecou por não conseguir ameaçar o rival. Depois que ficou atrás no placar, a equipe até que buscou ser mais ousada, mas se viu contida pelas próprias limitações.

Força. O Palmeiras conseguiu definir a partida no segundo tempo após ser mais incisivo no ataque. O técnico Luiz Felipe Scolari tirou no intervalo o volante Thiago Santos para colocar o meia Moisés e ter uma opção a mais para criar jogadas. Deu certo. O time conseguiu ser mais efetivo e não fez 2 a 0 por muito pouco – Dudu acertou o travessão.

“Dominamos os 90 minutos. Poderíamos ter feito mais. Vamos continuar com os pés no chão, porque no meio da semana temos outro compromiss­o”, resumiu o meia Lucas Lima. “Temos de continuar com essa chama acesa, com essa vontade dentro de nós”, comentou o zagueiro Luan, escolhido como capitão ontem.

Depois de cinco clássicos neste ano, com duas vitórias palmeirens­es e três do Corinthian­s, os dois rivais podem na final da Copa do Brasil.

 ?? FELIPE RAU/ESTADÃO ?? Recompensa. Deyverson brigou muito por espaço com zagueiros do Corinthian­s e acabou premiado com o gol que garantiu a vitória alviverde em casa
FELIPE RAU/ESTADÃO Recompensa. Deyverson brigou muito por espaço com zagueiros do Corinthian­s e acabou premiado com o gol que garantiu a vitória alviverde em casa

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