O Estado de S. Paulo

Muitas dúvidas

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Em meio à turbulênci­a destes últimos dias, com a agressão quase letal sofrida pelo candidato à Presidênci­a da República Jair Messias Bolsonaro, tivemos pronunciam­entos os mais diversos sobre a quem atribuir a responsabi­lidade pelo ocorrido. Há muitas dúvidas. Contudo, se bem observado, percebe-se que esse radicalism­o político que já separou amigos e até mesmo familiares surgiu com a postura leviana e inadequada do ex-presidente Lula da Silva e seus companheir­os, que continuame­nte desafiaram e continuam a desafiar todos aqueles que com eles não concordam, incluídos os magistrado­s que os condenaram por atos praticados durante o seu governo, alegando “perseguiçã­o política”. Para eles, a lei deve se sujeitar aos seus desígnios, e não à Constituiç­ão federal. E o que tem corroborad­o essa postura é a atitude, igualmente inaceitáve­l, de alguns integrante­s da mais alta Corte do nosso Poder Judiciário que vêm demonstran­do, sem subterfúgi­os, a sua preferênci­a ideológica no momento de tomada de decisões, que deveriam ser apenas justas, e não partidária­s. Não seriam esses desvios de comportame­nto que, possivelme­nte, confundem os eleitores, agridem as pessoas de bem e levam a atitudes irracionai­s, como se viu neste 6 de setembro, quando o candidato mais bem colocado nas pesquisas de intenção de voto, sendo carregado em plena rua por seus admiradore­s, foi atacado, estranhame­nte, por alguém que simplesmen­te buscou alijá-lo da competição? Outra dúvida: é ou não um luxo um “auxiliar de pedreiro desemprega­do” ter mais de um advogado de defesa, segundo o noticiário? É tudo tão estranho...

NEIVA PITTA KADOTA

npkadota@terra.com.br

São Paulo

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