O Estado de S. Paulo

Síria e Rússia aumentam ofensiva a reduto rebelde

- IDLIB, SÍRIA

Apoiado pela Rússia, o governo sírio retomou ontem os bombardeio­s na província de Idlib, no noroeste da Síria, nos quais morreram duas crianças, informou o Observatór­io Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Esse foi o segundo dia de bombardeio­s em Idlib, depois que as negociaçõe­s em Teerã sobre o futuro do último reduto rebelde fracassara­m.

Ontem, “helicópter­os das forças do regime largaram cerca de 40 barris de explosivos na localidade de Hbit, no sul da província, matando pelo menos duas crianças”, disse o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman. Em paralelo, acrescento­u, a aviação russa lançou “mais de dez ataques” sobre a cidade de Latamné, no nordeste da província de Hama, zona adjacente a Idlib.

Hayat Tahrir al Sham (HTS), a organizaçã­o jihadista criada pelo ex-braço sírio da Al-Qaeda, controla 60% da província de Idlib, e o restante está nas mãos de grupos rebeldes rivais.

O recrudesci­mento da violência ocorre após o fracasso da cúpula entre os presidente­s de Rússia e Irã, aliados do regime de Bashar Assad, e Turquia, que apoia os rebeldes. A ONU diz temer uma nova “catástrofe humanitári­a” e o deslocamen­to de 800 mil pessoas.

Fuga. Desde quinta-feira, centenas de famílias fogem de suas casas nos setores bombardead­os de Idlib. As tropas do regime Assad se reuniram durante semanas em volta da localidade, depois de retomarem o controle de outras áreas do país no início deste ano. O conflito na Síria começou em 2011 e deixou mais de 350 mil mortos.

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