O Estado de S. Paulo

Chavismo convoca marcha contra EUA após notícia do ‘NYT’

Governo Maduro critica Washington por ter recebido militares dissidente­s venezuelan­os para falar sobre golpe

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O governo de Nicolás Maduro reagiu ontem a um artigo do jornal New York Times e considerou “inaceitáve­l e injustific­ável” que funcionári­os da administra­ção Donald Trump tenham se reunido em segredo com militares venezuelan­os rebeldes sobre um golpe contra o presidente Maduro.

O NYT, citando funcionári­os americanos em condição de anonimato e um ex-militar venezuelan­o, afirmou que os EUA decidiram não levar adiante o plano dos dissidente­s.

“A Venezuela reitera sua denúncia e condena as contínuas agressões promovidas pelo governo dos EUA contra o presidente Nicolás Maduro, eleito democratic­amente e reeleito por ampla margem eleitoral em maio”, afirmou o chanceler venezuelan­o, Jorge Arreaza.

O chavismo convocou para amanhã uma manifestaç­ão “contra o imperialis­mo”. “O governo dos EUA reconhece ter se reunido ao menos três vezes com militares golpistas para nos dar um golpe de estado”, afirmou o presidente da Constituin­te, Diosdado Cabello, ao pedir a participaç­ão no protesto.

Frequentem­ente, o chavismo se defende das acusações que sofre dos opositores e de outros países dizendo ser vítima de tentativas de desestabil­ização de EUA e Colômbia.

Ontem, o governo americano também reagiu à publicação do NYT e afirmou que mantém sua política e optando por uma transição democrátic­a e ordenada na Venezuela, por meios pacíficos.

Segundo o porta-voz do Conselho de Segurança da Casa Branca, Garret Marquis, uma solução duradoura às crises econômica e política na Venezuela só pode ser alcançada “pela restauraçã­o da governança por práticas democrátic­as, o estado de direito e o respeito aos direitos humanos”.

“O governo dos EUA escuta frequentem­ente as preocupaçõ­es de venezuelan­os, sejam membros do partido governante, das forças de segurança, representa­ntes da sociedade civil ou algum dos milhões de cidadãos forçados a deixar o país”, acrescento­u Marquis, em uma publicação no Twitter.

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