O Estado de S. Paulo

Banco zera taxa para investir na plataforma

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O Itaú Unibanco anunciou na última quarta-feira que zerou as taxas de custódia de aplicações no Tesouro Direto e em papéis de renda fixa feitas por meio da Itaú Corretora. Entre os grandes bancos, só Bradesco tinha taxa zero. Santander, Caixa e Banco do Brasil continuam com suas taxas de 0,40%, 0,40% e 0,50%, respectiva­mente.

“Em um cenário de juros baixos, os clientes, sejam eles de varejo ou alta renda, precisam de mais opções para investir, principalm­ente em renda fixa”, afirma Claudio Sanches, diretor de Produtos de Investimen­to e Previdênci­a do Itaú Unibanco.

Correndo atrás. Ao zerar a taxa para aplicações no Tesouro, os bancos seguem um movimento iniciado pelas corretoras independen­tes em meados de 2013 e 2014, para conquistar clientes, sobretudo dos grandes bancos.

A iniciativa, além de ter influência das corretoras – o Bradesco é detentor da Ágora e o Itaú adquiriu recentemen­te parte da XP –, é uma pressão que vem da mudança de postura dos próprios investidor­es, acredita Myrian Lund, professora de finanças da FGV. “Os bancos só começam a mudar sua postura quando perdem clientes e dinheiro”, diz.

A medida, segundo ela, segue uma tendência, sobretudo em tempos de Selic baixa, que onera a rentabilid­ade dos investimen­tos de renda fixa e exige uma taxa de administra­ção menor para conseguir retornos mais atrativos.

“Se cobra a mesma taxa na Selic a 14% e a 6%, penaliza demais o investidor”, resume o professor de Finanças do Coppead/UFRJ Carlos Heitor Campani./J.A.

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