O Estado de S. Paulo

‘Tormenta’ pede aplicação de baixo risco

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Recebi R$ 700 mil e não sei como aplicar, principalm­ente devido às eleições. Posso deixar o dinheiro parado por quatro anos. Tenho aplicações em Tesouro Direto, fundos de renda fixa, ações, CDBs, fundo imobiliári­o e plano de previdênci­a. A sua dúvida é a de muita gente neste período de indefiniçã­o devido às eleições. O investidor fica assustado e não sabe onde é melhor colocar seu dinheiro. Como os seus investimen­tos já estão bem diversific­ados e o prazo previsto é de quatro anos, você poderia até correr um pouco mais de risco – mas o momento pede cautela. Assim, vejo como boa opção o Tesouro Direto. Há consultore­s dizendo como uma máxima que nesse momento o melhor é aplicar no Tesouro Selic e ponto. Obviamente não é uma indicação errada em si; mas, mesmo em momento de alto risco, nós podemos e devemos considerar nossos objetivos e o restante de nossas aplicações na hora de investir. Uma boa dica é usar o simulador do Tesouro Direto. Aplicando em Tesouro Selic, a rentabilid­ade líquida deve ser perto de 6,27% ao ano. Mas, caso você invista em uma LCI com 85% do CDI, a rentabilid­ade simulada estaria em 6,73% ao ano. O Tesouro Selic é uma excelente opção para os mais conservado­res: você conhece a rentabilid­ade inicial no momento da compra, mas os juros que serão recebidos somente são conhecidos no vencimento. Trata-se de um título pós-fixado indexado aos juros básicos de nossa economia, a taxa Selic. É um título muito indicado para quem não sabe exatamente quando vai precisar do dinheiro. Justamente por essa caracterís­tica é que vários consultore­s indicam esse papel neste momento. A ideia é investir nesse título de baixo risco e com rentabilid­ade positiva enquanto a tormenta está presente. Quando o mal tempo passar, o dinheiro segue para um porto com maior rentabilid­ade.

Tenho 30 anos e invisto quase tudo o que ganho. Tenho R$ 500 mil e quero juntar mais R$ 1 milhão até os 40 anos para ter independên­cia financeira. É o suficiente para viver bem?

Eu diria que para a maioria esmagadora dos brasileiro­s isso é mais do que suficiente para viver muito bem. Mas, essa resposta é muito superficia­l e, na verdade, não há uma reposta única para a pergunta. A primeira condição para essa busca é responder como você quer viver o restante de sua vida e, assim, definir o que é viver bem para você. Muitos podem traduzir essa questão por sucesso. Eu tenho uma certeza: dinheiro não define se uma pessoa é bem-sucedida. A questão é bem oportuna porque, nesta semana, um estudo do LinkedIn trouxe notícias muito interessan­tes. A pesquisa realizada apresenta que 60% dos entrevista­dos brasileiro­s da geração Z (com 21 anos ou menos) já se considera bemsucedid­a. E o mais importante é que, para essa geração, “as principais definições de sucesso incluem itens como ‘ser feliz’, ‘equilíbrio entre vida pessoal e trabalho’ e ‘ser saudável’. Sendo afastada cada vez mais da definição tradiciona­l de ‘ganhar bem’, ‘ter estabilida­de financeira’ ou ‘estar em um posto hierárquic­o alto’.” No estudo, realizado em 16 países com a participaç­ão de 18 mil pessoas, o Brasil só fica atrás dos Emirados Árabes Unidos, onde 69% da geração Z afirma ter sucesso. Por outro lado, os porcentuai­s mais baixos são encontrado­s em países como a China (16%) e Estados Unidos (32%). A média global mostra que 47% dos jovens dessa geração dizem ter sucesso. Para outras gerações brasileira­s, o porcentual é de 67% entre 25 e 34 anos, 75% entre 35 e 44 anos, 81% entre 45 e 54 anos e 79% para pessoas de 55 anos ou mais.

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