Alckmin afirma que caso fragiliza o partido
A avaliação do PSDB é de que a prisão do ex-governador do Paraná, Beto Richa, candidato da sigla ao Senado, constrange o partido e reforça o sentimento de indignação que induz ao voto de protesto, o que favorece Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência da República.
O próprio ex-governador Geraldo Alckmin, candidato tucano ao Palácio do Planalto, reconheceu ontem que a situação de Richa “fragiliza” o partido. “Claro que isso fragiliza o partido. Todos os partidos estão fragilizados”, disse o candidato. O exgovernador do Paraná foi preso na manhã de ontem em Curitiba na Operação Radiopatrulha do Ministério Público do Paraná. Também foram presos Fernanda Richa, mulher do tucano, e Pepe Richa, irmão do candidato.
A prisão ocorre quando a campanha de Alckmin planeja estratégias para retomar os ataques a Bolsonaro após o deputado ter sido esfaqueado em um evento de campanha em Juiz de Fora (MG). “Independente do mérito, isso abala profundamente a confiança nas instituições e cria clima para outsiders e populistas”, disse ao Estado o deputado federal Marcus Pestana (MG), secretário-geral do PSDB.
Questionado sobre a situação de Richa no partido, o parlamentar foi sucinto: “Tem que investigar. Quem tiver culpa que pague”. Outra preocupação do PSDB é com o impacto da prisão de Richa sobre os eleitores da Região Sul, especialmente no Paraná, reduto do senador Alvaro Dias, candidato do Podemos à Presidência.
Impacto. “A situação fica muito complicada no Paraná e impacta na Região Sul. No Paraná, ficamos sem o palanque principal do Geraldo, que era o do Beto Richa. Ele vai ter que fazer campanha lá independentemente da situação do Beto. São as agonias da campanha”, disse o deputado federal Nilson Leitão (MT), líder do PSDB na Câmara.
O comando da campanha de Alckmin vai apelar para que Ratinho Júnior, candidato do PSD ao governo do Paraná, reforce a campanha do presidenciável para compensar o prejuízo político pela prisão de Richa. O PSD está na coligação nacional do tucano.