O Estado de S. Paulo

A riqueza dos municípios

- PAM

A agricultur­a tem assegurado resultados para a balança comercial e forte contenção da inflação.

Geradora de riquezas em praticamen­te todos os municípios brasileiro­s, de Uiramutã (RR), no extremo norte do País, ao Chuí (RS), no mais longínquo ponto sul, a agricultur­a tem assegurado resultados confortáve­is para a balança comercial, alimentos a preços acessíveis na mesa das famílias e forte contenção da inflação. A produção cresce bem mais depressa do que a expansão da área cultivada, o que vem resultando em notáveis ganhos de produtivid­ade. No ano passado, os produtores do campo foram beneficiad­os por condições climáticas adequadas nas principais regiões produtoras, o que favoreceu, entre outras, as lavouras de feijão, com aumento do rendimento médio e, no fim da linha, ganhos para o consumidor final.

Estas são algumas das informaçõe­s contidas na Produção Agrícola Municipal 2017 (PAM),

estudo que acaba de ser concluído pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE). Elaborada com o objetivo de oferecer informaçõe­s importante­s para o planejamen­to público e privado, a contém dados municipais sobre área plantada, área destinada à colheita, área colhida, quantidade produzida, rendimento médio e valor da produção de culturas temporária­s e permanente­s.

O estudo tem informaçõe­s curiosas, como o fato de que a produção de 64 produtos agrícolas não foi registrada em apenas 14 dos 5.570 municípios. O Estado de São Paulo abriga o maior número, dez, de municípios sem atividade agrícola. Desses, nove pertencem à região metropolit­ana de São Paulo: Barueri, Carapicuíb­a, Itapevi, Jandira, Osasco, Ribeirão Pires, Santana de Parnaíba, Santo André e São Bernardo do Campo. O décimo é Águas de São Pedro. Dos demais, dois são de Pernambuco (Recife e Fernando de Noronha), um do Espírito Santo (Vitória) e um da Paraíba (Cabedelo).

Esses dados mostram a extensão da atividade agrícola pelo País e sua importânci­a para a economia municipal. O milho é a cultura mais disseminad­a. O IBGE constatou plantios de milho em 5.107 municípios, ou 91,7% do total. A segunda cultura mais espalhada pelo País em 2017 foi a da mandioca, colhida em 4.598 municípios, seguida da cultura de feijão, encontrada em 4.390 municípios.

De todos os municípios brasileiro­s, o que registrou o maior valor de produção no ano passado, de R$ 3,3 bilhões, foi Sorriso (MT), graças à grande colheita de soja, cujo plantio ocupou 51,4% da área cultivada. O segundo município de maior valor de produção agrícola também é de Mato Grosso: Sapezal, cuja produção alcançou o valor de R$ 2,9 bilhões.

O Estado de São Paulo é o maior Estado produtor e foi responsáve­l por 16,6% da produção agrícola nacional do ano passado. Em seguida vêm Mato Grosso, com 13,6%; Paraná, 11,9%; Rio Grande do Sul, 11,7%; e Minas Gerais, 9,8%.

No território paulista, a cana-de-açúcar é a principal lavoura, seguida do café arábica. Dos municípios paulistas, Itapeva foi o que alcançou o maior valor de produção agrícola (R$ 874,3 milhões), sendo a soja sua principal cultura.

No ano passado, a safra nacional de cereais, leguminosa­s e oleaginosa­s somou 238,3 milhões de toneladas, 28,2% mais do que a safra do ano anterior. Como a área colhida aumentou bem menos, 5,9%, a produtivid­ade foi a grande responsáve­l pela safra recorde, beneficiad­a por condições climáticas favoráveis do plantio à colheita. Do total, a soja represento­u 48,1%, seguida do milho, com 41,0%.

O cresciment­o da produção proporcion­ou o recuo dos preços dos principais produtos, razão pela qual o valor total da produção acabou sendo 0,6% menor do que o do ano anterior. Mas as safras recordes de soja e milho estimulara­m as exportaçõe­s, o que contribuiu para a formação de um sólido superávit da balança comercial. O valor adicionado da agropecuár­ia, de sua parte, cresceu 13,0%, bem mais do que o resultado alcançado por outros segmentos da economia brasileira. A queda de preços dos principais produtos agrícolas, especialme­nte os de grande consumo interno, foi um dos principais fatores para a contenção da inflação.

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