O Estado de S. Paulo

‘Não sei por que sou antidemocr­ático’, diz Mourão

Anteontem, o candidato a vice de Bolsonaro disse que a Constituiç­ão ‘não precisa ser feita por eleitos pelo povo’

- Tânia Monteiro / BRASÍLIA / COLABORARA­M PABLO PEREIRA, CONSTANÇA REZENDE e RENATA AGOSTINI

Um dia após declarar que defende uma Constituiç­ão não elaborada por pessoas eleitas, o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vicepresid­ente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), reagiu às críticas de que teria uma postura antidemocr­ática. “Não sei por que eu sou antidemocr­ático. Mas, tudo bem, deixa pra lá. É um carimbo que querem colocar em mim, que eu rejeito”, declarou. E completou: “Se eu fosse antidemocr­ático, não estaria participan­do de uma eleição. Estaria limpando as armas e aguardando o momento”.

Mourão disse que sempre fala em suas palestras que existe um consenso dos pensadores brasileiro­s que a Carta de 88 é um problema. “Seria muito bom que pudéssemos trocá-la. Mas, todo mundo sabe muito bem que o presidente da República, por si só, não tem esse poder. As pessoas têm de ter consciênci­a disso. O pessoal não gosta, acha um absurdo, mas eu tenho direito de externar a minha opinião”, comentou, citando a candidata da Rede ao Planalto, Marina Silva, que o criticou. “É um direito dela.”

Mourão falou ao Estado, por telefone, ao desembarca­r em Manaus, ontem, antes de fazer uma palestra para 300 empresário­s. O candidato a vice também comentou as críticas que tem recebido por parte de setores da própria campanha, segundo as quais ele estaria querendo substituir Bolsonaro. “O pessoal dispara tiro pra tudo que é lado”, minimizou. “Eu estou fazendo minha parte. Como eu vou tomar o lugar dele? O candidato é ele”, disse.

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EDMAR BARROS/FUTURA PRESS Vice. General Mourão em Manaus, onde cumpriu agenda

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