O Estado de S. Paulo

Recurso de Lula será julgado por plenário do STF

- BRASÍLIA / A.P.

O ministro Ricardo Lewandowsk­i, do Supremo Tribunal Federal, pediu vista (mais tempo de análise) no julgamento de um recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para reverter a decisão da Corte que, em abril, negou liberdade ao petista. A análise do caso, que ocorria no plenário virtual, já contava com 7 votos contrários ao recurso. Com a paralisaçã­o, o caso será analisado presencial­mente pelos ministros e o plenário pode acabar rediscutin­do a possibilid­ade de prisão em segunda instância.

A situação contraria a sinalizaçã­o do novo presidente do STF, Dias Toffoli, que pretende não pôr o tema em pauta neste ano. A expectativ­a é de que Toffoli paute as ações que tratam de prisão em segunda instância – que poderiam ter impacto no caso de Lula – somente em 2019. Lewandowsk­i deve devolver o processo de Lula em 10 dias. Depois, caberá a Toffoli pautar o julgamento.

Condenado e preso na Lava Jato, Lula cumpre pena desde abril na Superinten­dência da Polícia Federal, em Curitiba.

O julgamento no plenário virtual não é público e só pode ser acompanhad­o em tempo real pelos próprios gabinetes do STF. Já tinham votado contra o recurso do ex-presidente os ministros Edson Fachin, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Gilmar Mendes. O ministro Marco Aurélio Mello tinha sido o único a divergir do relator, Fachin, e votar a favor do petista.

Divergênci­a. Ao votar, Marco Aurélio cobrou, mais uma vez, o julgamento das ações que tratam da prisão após condenação em segunda instância. No julgamento do habeas corpus do petista, prevaleceu o entendimen­to que autoriza a execução antecipada da pena, do qual o ministro discorda. Depois do voto de Marco Aurélio, Lewandowsk­i, também contrário à prisão em segunda instância, pediu vista.

A defesa do ex-presidente afirma que o STF decidiu pela “possibilid­ade” da execução de pena após condenação em segundo grau, não sendo ela “automática”. Em sessão da Segunda Turma na terça-feira passada, Lewandowsk­i levou para análise dos colegas casos sobre prisão em segunda instância. A discussão foi interrompi­da por pedido de vista de Fachin.

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