‘Foguete’ voa na chuva e fica perto de marca histórica
O velocista Paulo André, apelidado de Foguete, fez história ontem no Troféu Brasil de Atletismo ao cravar o tempo de 10s02 nos 100 m rasos, mesmo debaixo de chuva na pista em Bragança Paulista, interior de São Paulo. A marca é a segunda melhor da história de um brasileiro, atrás dos 10s de Robson Caetano conquistados há 30 anos – recorde brasileiro até hoje.
“Nesse clima, a pista fica pesada, a sapatilha molhada fica ruim porque dá a sensação de patinar, mas não posso levar isso em consideração porque se numa Olimpíada estiver assim eu tenho de correr bem. A galera estava me chamando de Ayrton Senna por causa da chuva, então deixei de lado essas condições, corri e fui para o abraço”, afirmou o vencedor da prova.
Paulo André teve uma disputa forte nos primeiros metros da prova, mas logo decolou. Ele conquistou a primeira posição com o tempo de 10s02, mesmo tendo um vento contrário de 0,6 m/s. Em segundo lugar chegou Jorge Vides. Derick Silva completou o pódio. “Cheguei perto de superar o recorde e entrar nos 9 segundos. Ficou um gostinho de quero mais. Tive uma boa temporada e preciso continuar correndo. Acho que esse tempo é um aviso de Deus para eu continuar tentando porque vou conseguir”, disse.
O atleta do Clube Pinheiros tem 20 anos e já tinha feito uma boa marca na primeira semifinal da competição, com 10s03. “Eu imaginava fazer isso, até porque na maioria das vezes é assim. Meu segundo tiro é sempre melhor do que o primeiro. Confesso que quando fiz 10s03, fiquei meio surpreso, mas sabia que iria melhorar na final. Fui para correr nos 9 segundos, mas não saiu e acho que vai sair na hora certa”, disse ao Estado.
O tempo de Paulo André o coloca mais perto de superar a mítica barreira dos 10 segundos, nunca ultrapassada por um atleta brasileiro. Por ser jovem, ele tem tudo para se desenvolver nos próximos anos para tentar superar o recorde de Robson Caetano, conquistado na Cidade do México quando o velocista tinha apenas 23 anos.
“Meu objetivo é ser campeão olímpico. Para isso, preciso correr em 9 segundos, então quero melhorar sempre. Consegui diminuir minha marca e quero continuar assim”, avisou o atleta, que já projeta uma boa participação nos Jogos Olímpicos de Tóquio. “Está muito perto. São menos de dois anos, pouca coisa, e a ideia é chegar bem lá para fazer bonito para o Brasil.”
Paulo André vence os 100 m com o tempo de 10s02, o melhor de sua carreira, e se aproxima de quebrar a barreira dos 10s