Serviços registram queda de 2,2%, o pior julho desde 2011
Resultado veio abaixo das expectativas de analistas e superou até os meses de julho da recessão, de 2014 a 2016
A atividade do setor de serviços caiu 2,2% em julho na comparação com junho, ainda sob os efeitos da greve dos caminhoneiros, que paralisou as estradas do País no fim de maio. O resultado, informado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), veio bem pior do que a média das estimativas do mercado, que apontavam para recuo de 0,95%, conforme o Broadcast Projeções.
O recuo de julho se seguiu a uma alta de 4,8% em junho ante maio, maior avanço já registrado na série da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), iniciada em 2011. Ainda assim, no acumulado de maio a julho, o setor de serviços encolheu 1,0% e ainda não recuperou o nível anterior ao da greve.
Segundo o IBGE, a queda de 2,2% em julho ante junho foi impulsionada pela base de comparação elevada, já que, em junho, pode ter havido um excesso de demanda por frete. O tombo foi o maior para meses de julho na série com ajuste sazonal (mês ante mês imediatamente anterior), também iniciada em 2011. A queda foi maior até mesmo do que nos meses de julho da recessão, de 2014 a 2016.
“A greve de caminhoneiros teve impacto significativo para explicar esse resultado de julho, que é explicado pelos resultados de maio e junho”, afirmou o gerente da PMS, Rodrigo Lobo.
Justamente por causa da greve dos caminhoneiros, as atividades de transporte foram o grande destaque do vaivém entre maio e julho. O recorde de alta de junho foi puxado pelos serviços de transporte, com alta de 15,5% ante maio. Em julho, essa atividade encolheu 4,0%.
Para Lobo, a forte alta pode ser explicada por uma corrida das empresas por frete, para garantir o transporte de cargas e evitar casos de desabastecimento como ocorreu durante a greve./