O Estado de S. Paulo

Com 12 mortos após furacão, enchentes preocupam EUA

Autoridade­s das Carolinas do Sul e do Norte alertam que chuvas dos próximos dias podem ser ‘catastrófi­cas’ e causar destruição

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O furacão Florence chegou aos Estados Unidos na sextafeira com fortes ventos e deixou 12 mortos nos Estados das Carolinas do Sul e do Norte. Ao menos seis das vítimas morreram ontem, quando a tempestade já tinha perdido força. Autoridade­s locais agora temem inundações nas áreas costeiras e fluviais.

Fuzileiros Navais, a Guarda Costeira e voluntário­s civis passaram o sábado buscando pessoas presas pela tempestade na costa da Carolina do Norte. Choveu ao longo do dia enquanto o Florence perdeu força e estacionou sobre o Estado.

Até a noite de ontem, as enchentes passavam de um metro de altura. Com a chuva, o nível

da água deve aumentar. “Não estou exagerando. O nível das águas está subindo e vocês não podem colocar suas vidas em risco”, disse o governador da Carolina do Norte, Roy Cooper.

Mais de um milhão de casas ficaram sem energia elétrica e centenas de pessoas estavam ilhadas. Ainda de acordo com Cooper, as chuvas trazidas pela tempestade ocorrem “uma vez a cada mil anos” com essa intensidad­e. Ele alerta que a água dos rios da região deve subir ao longo da semana, trazendo mais inundações.

Na confluênci­a dos rios Neuse e Trent, com um aumento do nível superior a três metros, a cidade turística de New Bern, de cerca de 30 mil habitantes, sofreu inundações repentinas que deixaram centenas de pessoas ilhadas.

“Em poucos segundos a água chegou na cintura, agora está na altura do ombro”, contou à CNN Peggy Perry, que teve de

se abrigar com três parentes na parte mais alta de sua casa em Wilmington.

Segundo previsões meteorológ­icas, o Florence deve derramar 68 bilhões de litros de chuva em uma semana nos Estados de Carolina do Norte, Carolina do Sul, Virgínia, Geórgia, Tennessee, Kentucky e Maryland.

Os cinco Estados costeiros, assim como a capital federal, Washington DC, foram declarados em estado de emergência.

Estragos.

“Infelizmen­te, o Florence está fazendo exatamente o que foi previsto”, declarou

Brock Long, diretor da Fema, a agência para desastres naturais do governo americano. “Em virtude da expansão do campo de vento e da desacelera­ção na velocidade, estamos vendo muitas inundações.”

Especialis­tas afirmaram ao jornal Washington Post que a preocupaçã­o com as inundações vai desde o risco de morte até o de perdas materiais, já que “geralmente não são os ventos, mas as inundações que causam os maiores estragos”.

Mais de 100 quilômetro­s ao sul de Wilmington, o famoso balneário de Myrtle Beach, na Carolina do Sul, era uma cidade fantasma quando Florence mostrou a sua força com uma cortina de chuva sobre o oceano.

O presidente americano, Donald Trump, visitará as áreas atingidas nesta semana. Ontem, por meio de sua conta no Twitter, ele prestou condolênci­as às famílias das vítimas.

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STEVE HELBER/AP Buscas. Com inundações, equipes de resgate usam botes para procurar, de casa em casa, pessoas ilhadas na cidade de New Bern, onde centenas não conseguira­m deixar seus imóveis

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