Governadora pede que Richa deixe a eleição
Candidata à reeleição pelo PP, Cida Borghetti diz que ‘não compactua com desvio de conduta’
A governadora do Paraná, Cida Borghetti, candidata à reeleição pelo PP, solicitou ontem à coligação a retirada da candidatura do ex-governador Beto Richa (PSDB) ao Senado. Aliados dão como insustentável a situação do tucano após sua prisão, terça-feira passada, sob suspeita de comandar um esquema de desvios em um dos programas da sua gestão, o Patrulha do Campo.
“Estou solicitando aos partidos da coligação a retirada da indicação de Beto Richa ao Senado, para que ele possa se dedicar à sua defesa”, disse a governadora durante evento de campanha em Toledo, interior do Estado. “Não aceito, não admito, não compactuo com nenhum ato de desvio de conduta”, afirmou Cida, que era vice de Richa e assumiu o governo quando ele renunciou, em abril, para se candidatar ao Senado.
A coligação Paraná Decide aprovou, por maioria, o pedido, que será enviado ao Tribunal Regional Eleitoral. A determinação foi repassada ao departamento jurídico para que formalize o pedido ao TRE. Para Cida e aliados, mesmo solto três dias depois, “não há reversão” sobre a imagem da prisão do tucano.
Apesar do pedido, a legislação estabelece que somente Richa pode desistir de sua postulação, já que seu nome foi referendado da convenção partidária e homologado na Justiça Eleitoral. No programa eleitoral de ontem, Richa reafirmou que mantém a candidatura ao Senado, se disse vítima do “estado policial que querem implantar no País” e afirmou que a Justiça vai reconhecer sua inocência.
O Estado apurou, no entanto, que a campanha dele está desmobilizada, incluindo escritórios e apoiadores, principalmente prefeitos. Deputados estão, inclusive, excluindo o nome e o número de Richa dos materiais de campanha. Na sextafeira passada, o programa eleitoral da coligação no rádio e na TV foi totalmente preenchido pelo deputado Alex Canziani (PTB). “A candidatura dele está destruída. Se o objetivo era destruir a candidatura, foi atingido, porque ele estava com uma eleição assegurada”, disse um integrante da coligação.