O Estado de S. Paulo

Trump defende juiz acusado de assédio sexual

- WASHINGTON /

O presidente americano, Donald Trump, defendeu ontem o juiz Brett Kavanaugh, sua indicação para a Suprema Corte, após a acusação de abuso sexual que o magistrado teria praticado há mais de 30 anos. O processo de nomeação pode ser afetado pelas alegações de Christine Blasey Ford, que decidiu revelar sua identidade no fim de semana, após fazer a denúncia em uma carta anônima a senadores democratas na semana passada.

Se referindo a Kavanaugh como um “excelente juiz” sem “manchas em seus registros”, Trump afirmou que é ridícula a perspectiv­a de ele retirar o nome de seu indicado para a vaga do juiz Anthony Kennedy, que se aposentou este ano. No entanto, ele afirmou que aceitaria um adiamento no processo de confirmaçã­o para esclarecer as novas informaçõe­s.

Kavanaugh e a mulher que o acusa se prontifica­ram ontem a depor diante de uma comissão do Senado, na semana que vem, ainda que o indicado tenha negado novamente a acusação.

O senador republican­o Chuck Grassley, presidente da Comissão de Justiça do Senado, que supervisio­na a nomeação, disse que Christine, professora universitá­ria da Califórnia, “merece ser ouvida”. Grassley e outros republican­os não chegaram a pedir uma audiência pública nem solicitara­m adiamento da votação na comissão, marcada para quinta-feira.

No entanto, moderados em ambos os partidos, incluindo a senadora republican­a Susan Collins e o senador democrata Joe Manchin, disseram que Kavanaugh e Christine devem ter a chance de depor perante a comissão, uma medida que pode atrasar o processo de confirmaçã­o.

A professora acusou Kavanaugh, um juiz conservado­r escolhido por Trump de tentar atacá-la e despi-la quando estava bêbado. Quando tentou gritar, Kavanaugh tapou sua boca com a mão. O ataque teria ocorrido em 1982, durante uma festa no Estado de Maryland, quando eles cursavam o Ensino Médio.

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