Prévia do PIB mostra avanço de 0,57% em julho, aponta BC
Índice de atividade do Banco Central (IBC-Br) apontou ainda que a economia deve crescer 1,6% este ano
Passado o movimento de recuperação da atividade após a greve dos caminhoneiros, a prévia da evolução do Produto Interno Bruto (PIB) medida pelo Banco Central surpreendeu e mostrou novo aquecimento em julho. Divulgado ontem, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou alta de 0,57% na comparação com junho, já descontados os efeitos de calendário.
Ao contrário do PIB, que é divulgado trimestralmente pelo IBGE, o IBC-Br serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira mensalmente. A previsão atual do BC para a atividade doméstica em 2018 é de avanço de 1,6%, enquanto a projeção feita por instituições do mercado financeiro – e captada pelo BC no Boletim Focus – está em 1,36%.
No acumulado do trimestre até julho, o IBC-Br apresentou queda de 0,76%, ante os três meses imediatamente anteriores (fevereiro a abril), descontados os efeitos de calendário. De janeiro a julho, no entanto, o indicador acumula alta de 1,19%. Considerados os 12 meses até julho, a alta é de 1,46%.
Com a paralisação do setor de transporte de cargas, o IBCBr havia caído 3,35% em maio, mas apresentado uma recuperação logo em seguida, crescendo 3,42% em junho. Para julho, a maioria dos analistas esperava um desempenho de alta mais leve ou mesmo de estabilidade.
“O resultado veio acima do esperado pelo mercado e por nós (0,20%). Esse resultado surpreendeu, mas outros indicadores de atividade divulgados anteriormente indicam um crescimento do PIB de 0,3% no terceiro trimestre”, avaliou o Bradesco, em nota.
Dúvida. Para o economistachefe da Western Asset, Adauto Lima, é usual que haja um crescimento mais forte no terceiro trimestre do ano – do qual julho é o primeiro mês. “A dúvida é saber como será a dinâmica no quarto trimestre, que pode ser mais fraca”, observou.
Além disso, o economista avalia que os dados do IBC-Br não alteram a expectativa de expansão do PIB de 2018, que continua em 1,3%. “É apenas um dado mensal”, diz. Porém, alerta que a projeção tem risco de ser reduzida em razão das incertezas eleitorais e em relação ao dólar.
Já a economista Natalia Cotarelli, do Banco ABC Brasil, disse que vai aguardar os próximos resultados para ver como ficará o desempenho da economia no terceiro trimestre. “Foi um IBC-Br bem difícil de ler, veio o oposto do que vieram os dados mensais do IBGE. Vamos esperar os dados de agosto e setembro para ter uma ideia melhor.”
Ao contrário do IBC-Br, que subiu em julho, a produção industrial cedeu 0,2%, o varejo ampliado e restrito caíram 0,40% e 0,50%, respectivamente, enquanto o volume de serviços teve recuo de 2,20% ante junho.