O Estado de S. Paulo

Lobo-guará, o ilustre visitante

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Não só turistas marcam presença no Santuário do Caraça. Pesquisado­res e biológicos estão sempre na área, atraídos por suas fauna e flora diversas. Palmeiras reais se alinham à frente da pousada e da igreja, contribuin­do com a aura exuberante das construçõe­s. Árvores nativas da Mata Atlântica se espalham pelos jardins, também repletos de bromélias e orquídeas.

Dentre as aves, são mais de 270 espécies catalogada­s – tucanos, seriemas e pica-paus são vistos facilmente –, além de 65 espécies de mamíferos. Todos fazem festa quando as antas, os saguis e as raposas aparecem, mas é o lobo-guará o responsáve­l pela visita da maioria dos 70 mil turistas anuais do Caraça.

Em meados dos anos 1980, os padres começaram a deixar uma vasilha com carne no adro da igreja para os lobos – animais solitários, há apenas uma família vivendo ali por vez –, que andavam remexendo o lixo. Eles gostaram do agrado e passaram a aparecer diariament­e. O ritual, então, virou tradição, e ajudou muito na divulgação do santuário como destino turístico.

Hoje, todos que passam a noite na pousada garantem um lugar na frente da igreja por volta das 18h30 para aguardar o belo bicho, cuja pelagem dourada contrasta com patas finas e negras. Felizmente, ele não costuma desapontar a plateia. Surge quieto, escada acima, e se delicia com a comida a seu tempo. Sem se incomodar com a presença humana nem com os inúmeros flashes de câmeras e celulares.

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Rotina. Hóspedes se reúnem para ver o animal, que vem jantar quase todas as noites

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