10 COMPETÊNCIAS DEFINIDAS NA BNCC PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA
A Base Nacional Comum Curricular estabelece dez competências gerais para guiar a educação básica. O documento enumera um conjunto de habilidades e práticas que o aluno deverá aprender para o exercício da cidadania, como por exemplo conhecer as tecnologias digitais, saber argumentar e cuidar da saúde física e emocional. Para a diretora executiva do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), Mônica Gardelli, é preciso levar em consideração a realidade da escola antes de se aplicar essas competências. Tendo isso no horizonte, poderão ser criadas metodologias conforme as exigências da BNCC.
Conhecimento
Trata-se de explicar a vida a partir de informações sobre o mundo físico, social, cultural e digital. Mônica afirma que o conhecimento não deve ser encarado como um bem adquirido, “mas como um repertório que permite que o aluno interfira na realidade”.
Pensamento científico, crítico e criativo
Prevê que a curiosidade intelectual, seja estimulada por meio da metodologia das ciências, usando o teste de hipóteses, a formulação de problemas e a criação de soluções para exercitar a investigação, a criticidade e a imaginação.
Repertório cultural
Esta competência valoriza as manifestações artísticas e culturais do Brasil e do mundo, bem como convida o aluno a fazer parte. “É fundamental para a interpretação do mundo”, afirma Gardelli. “Ver o mundo a partir desse repertório cultural é como ganhar óculos.”
Comunicação
Devem ser usadas as linguagens verbal, corporal, visual, sonora e digital, para permitir que o estudante saiba se expressar e interpretar códigos. Em Língua Portuguesa, exemplifica a especialista, é possível trabalhar isso com os diferentes gêneros de discurso, incluindo os de meios digitais.
Cultura digital
O objetivo é fazer com que o aluno se comunique, acesse e dissemine informações com protagonismo, reflexão e ética. Para Mônica, tem como função garantir e promover a apropriação dos recursos digitais, e ainda a reflexão sobre eles. Ou seja, esta competência não deve exigir que somente se faça uso de plataformas, mas sim que também se discuta o mundo digital.
Trabalho e projeto de vida
O que se espera é que o aluno pense o mundo do trabalho e dos sonhos de maneira autônoma e responsável. “É o que dá sentido à nossa existência”, diz a especialista. E sugere que a competência seja trabalhada transdisciplinarmente, assim “todos os professores podem colaborar com o objetivo do aluno”.
Argumentação
A intenção é promover com fatos, dados e informações confiáveis a argumentação, que deve contemplar a formulação de ideias, defesa de pontos de vista e o respeito a direitos humanos, consciência socioambiental e consumo responsável. Nesta competência, alerta a diretora-executiva do Cenpec, outras habilidades precisam ser bem trabalhadas com os alunos, como repertório cultural, comunicação e pensamento científico, crítico e criativo.
Autoconhecimento e autocuidado
A escola deve engajar o estudante a cuidar do próprio bem-estar e da sua saúde física e mental, assim como a reconhecer o estado emocional do outro. “Tem bastante a ver com a capacidade que temos de se enxergar no mundo em que vivemos”, explica a especialista.
Empatia e cooperação
Exercitam-se o diálogo e a resolução de conflitos, acolhendo a diversidade. Para Mônica, trata-se de um ponto complexo, já que não aborda a questão da ética. “Para desenvolver empatia, é preciso que você a tenha.” Sugere, então, investir na formação dos professores.
Responsabilidade e cidadania
Aqui o objetivo é levar o aluno a pensar coletivamente com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. “Nos espaços escolares, isso não é grande novidade”, diz a especialista. Muito mais do que a responsabilidade consigo mesmo, esta competência deve abordar a relação com o outro. “Não é apenas entregar as coisas no horário”, justifica.