Profissionalizante é o maior desafio da reforma
Muitas escolas não devem ter esse itinerário ou farão parcerias para oferecer essa opção
Dentre os cinco itinerários propostos na reforma do ensino médio, a educação profissional tem sido o maior desafio das escolas – tanto que muitas delas não devem oferecer essa opção ou o farão por meio de alguma parceria.
É uma oferta pequena frente a uma procura que deve ser grande. De acordo com os dados do Censo da Educação Básica, dos alunos que terminam o ensino médio no Brasil, apenas 20% seguem para o curso superior, o restante segue direto para o mercado de trabalho e, atualmente, a maioria deles faz essa transição sem ter recebido formação profissionalizante: apenas 9% das matrículas são em cursos técnicos.
O Liceu de Artes e Ofícios é um dos colégios que já oferece essa formação técnica. “Já temos a proposta do itinerário formativo técnico consolidada. Foram anos de aprimoramento e debates. Quando de fato a mudança vier, provavelmente já estaremos prontos”, afirma Emerson Paes Barreto, coordenador pedagógico da instituição. Do total de 539 estudantes do ensino médio, 304 estão matriculados em cursos técnicos como Eletrônica, Automação Industrial, Edificações, Desenho de Construção Civil e Multimídia.
É gente que tem mercado de trabalho garantido. Uma pesquisa de egressos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) aponta que, a cada dez estudantes formados pela instituição, sete conseguem vaga no mercado de trabalho no primeiro ano de formado. O estudo Mapa do Trabalho Industrial 2017-2020, também produzido pelo Senai, mostra que o Brasil terá de qualificar 13 milhões de trabalhadores até 2020 para atender à demanda da indústria.
Capacitar o aluno do ensino médio para o mercado de trabalho é a política educacional de países desenvolvidos e de alguns com situação econômica similar ao Brasil, caso do México. Lá, 40% dos estudantes fazem ensino técnico. Na Europa, o índice passa dos 50% e chega a mais de 70% em países como Áustria e Finlândia. /O.B.