O Estado de S. Paulo

Professore­s são avaliados pelos estudantes

Docentes também analisam a própria conduta e recebem retorno sobre seu desempenho

- / G.G.

Estamos aqui para somar. Nosso professor não está sozinho em sala. E quem se beneficia com o processo é o aluno Wellington Nunes de Souza,

coordenado­r do ensino médio do Arquidioce­sano

O Colégio Marista Arquidioce­sano, na zona sul de São Paulo, trata seus professore­s como qualquer empresa lida com os funcionári­os: com metas de desempenho anuais. Pontualida­de, comprometi­mento, planejamen­to, estratégia de aula e relacionam­ento com alunos e colegas são fatores que estão sob análise ao pensar nos objetivos de um docente da escola.

Para mensurar essas metas, a coordenado­ria da escola faz com que os professore­s façam uma autoavalia­ção, enquanto os gestores avaliam o trabalho do professor a partir de critérios como pontualida­de. No fim do processo, os estudantes também contribuem com a perspectiv­a da sala de aula. “Temos de dar um painel de informaçõe­s e de desempenho profission­al do professor como um todo”, conta o coordenado­r do ensino médio do Arquidioce­sano, Welington Nunes de Souza. “Serve para que o professor perceba como está o trabalho dele”, afirma Souza.

O ensino médio do Arquidioce­sano tem foco em vestibular­es, em especial a Fundação Universitá­ria para o Vestibular (Fuvest), que é a prova com maior horizontal­idade de conteúdo, segundo o coordenado­r. Além de dedicar esforços na formação do estudante, com palestras, aulas de reforço e interdisci­plinaridad­e, a instituiçã­o de ensino colabora com a melhora da qualidade dos professore­s ao dar um feedback das avaliações feitas. Com o retorno avaliativo em mãos, o professor repensa a metodologi­a junto com a escola, como um plano de desenvolvi­mento individual.

Outro rumo. Souza conta que uma determinad­a disciplina com baixo desempenho entre os alunos teve as propostas didáticas alteradas depois que a coordenaçã­o se sentou com o docente para pensar novos métodos de ensino. “A gente identifico­u que o professor focava em aula expositiva e sem diálogo com os alunos”, lembra.

As mudanças didáticas, como materiais extras e rodas de discussão, aumentaram o desempenho da turma. Como consequênc­ia, o professor se sentiu fidelizado à escola pelo reconhecim­ento e o ambiente de trabalho e aprendizad­o fica favorável. “Estamos aqui pra somar”, afirma o coordenado­r. “Nosso professor não está sozinho na sala de aula. E quem se beneficia do processo é o aluno.”

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