O Estado de S. Paulo

Ao investigar corrupção, ministério acha fantasmas

- COM NAIRA TRINDADE E JULIANA BRAGA. COLABOROU LU AIKO OTTA

Ao cruzar dados das catracas eletrônica­s e dos relógios de ponto, o Ministério da Agricultur­a flagrou 40 servidores que só iam ao trabalho marcar presença e saíam em seguida. Todos são alvo de procedimen­tos administra­tivos. As denúncias começaram a chegar ao comando da pasta após ser criado um programa de compliance, para receber informaçõe­s sobre ilícitos, num desdobrame­nto da Operação Carne Fraca. Uma das prioridade­s desse programa é o Controle de Risco. A Carne Fraca revelou esquemas nas superinten­dências estaduais da pasta.

» Ache o erro. A ideia do programa de compliance é mapear as áreas mais vulnerávei­s à corrupção. A primeira fase da Operação Carne Fraca, por exemplo, investigou frigorífic­os que ofereciam propina a servidores por certificad­os de qualidade adulterado­s.

» Custa caro. Este ano, o Ministério da Agricultur­a já desembolso­u R$ 4,8 bilhões com pessoal e encargos sociais. Se levar em consideraç­ão que a pasta tem 25 mil servidores, entre os ativos e os afastados, cada um custa aos cofres públicos, em média, R$ 21 mil por mês.

» Alto lá. Aliados de Alckmin que se animaram com a ideia de uma candidatur­a única de centro para enfrentar Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) bateram no muro. Alvaro Dias (Podemos) avisa: não abrirá mão em favor do tucano.

» Tô pagando. Outra dificuldad­e que o entorno de Alckmin vê são os altos investimen­tos que Henrique Meirelles e João Amoêdo já fizeram nas próprias campanhas. Meirelles doou R$ 45 milhões e Amoêdo tirou do bolso pelo menos R$ 100 mil para se bancar.

» Fala que te escuto... Ao ouvir os argumentos de aliados do Centrão tentando convencê-lo de que precisa ser mais agressivo com o adversário Jair Bolsonaro (PSL), Geraldo Alckmin (PSDB) ficou calado. Interlocut­ores dizem ter dificuldad­es em interpreta­r o que o tucano absorve dessas conversas.

» Vai falar. Morando em Brasília e usando tornozelei­ra, o ex-assessor especial de Michel Temer Rodrigo Rocha Loures se prepara para prestar novo depoimento depois das eleições.

» Passos lentos. Em balanço que fez com a própria equipe, Raquel Dodge disse que o Ministério Público precisa “conseguir que o STF tenha mais compromiss­o com a celeridade dos julgamento­s”. A primeira condenação na Lava Jato só ocorreu em maio deste ano.

» Reta final. Termina na terça-feira, 25, o prazo para o delegado da Polícia Federal Cleyber Malta encerrar as investigaç­ões contra o presidente Michel Temer no Inquérito dos Portos. Esta é a quarta vez que o ministro Luís Roberto Barroso prorroga o inquérito.

» CLICK. Depois de quebrar o silêncio e pedir voto para “Alkmin”, o expresiden­te Fernando Henrique comentou no Twitter a polêmica sobre ter errado o nome do aliado.

» Pai do genérico. O senador José Serra quer convocar o ministro da Indústria e Comércio, Marcos Jorge, à CAE do Senado para que ele explique por que o INPI não quebrou a patente do remédio genérico para hepatite C, o que diminuiria o custo do tratamento.

» Ilegítimo. O TSE negou à coligação do PT pedido de resposta a uma propaganda de Alvaro Dias. Nela, é usada uma animação para mostrar Lula atrás das grades. Para a Corte, o PT não pode fazer esse pedido, já que representa os candidatos.

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REPRODUÇÃO / TWITTER FERNANDO HENRIQUE

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