O Estado de S. Paulo

Réu por morte de estudante pega 42 anos

Homem foi condenado por assassinat­o de jovem durante carona combinada pelo WhatsApp

- Rene Moreira ESPECIAL PARA O ESTADO

A Justiça de Minas Gerais condenou ontem a 42 anos, 11 meses e 7 dias de prisão Jonathan Pereira do Prado pelo roubo seguido de morte e a pela ocultação do corpo da estudante Kelly Cadamuro, de 22 anos. A vítima foi atacada, em novembro passado, após conceder carona ao criminoso, transporte que havia sido combinado pelo WhatsApp, entre São José do Rio Preto, interior paulista, e a cidade de Frutal, em Minas, onde aconteceu o crime. O homem já cumpria prisão preventiva.

A intenção inicial de Prado seria roubar o carro da vítima, que era estudante de Radiologia e viajava para visitar o namorado. No caminho, porém, o homem estrangulo­u Kelly e a arrastou por uma área ao lado da rodovia. O corpo foi encontrado dentro de um córrego.

Na reconstitu­ição do crime, Prado admitiu ter pedido que a vítima parasse o veículo. “Nesse momento, ele teria atacado a mulher, que desmaiou. Na sequência, a estudante “foi brutalment­e agredida e enforcada”, informou em nota o Tribunal de Justiça de Minas.

Imagens de câmeras de uma praça de pedágio foram incluídas como provas no processo. Nelas é possível ver a jovem conduzindo o carro acompanhad­a de um homem, que seria o assassino, que depois volta sozinho dirigindo o veículo.

A participaç­ão de Prado no crime foi confirmada por sua confissão. Para o juiz Gustavo Moreira, “não há dúvidas quanto à autoria dos delitos denunciado­s no inquérito policial”. De acordo com o magistrado, detalhes da abordagem, da imobilizaç­ão da vítima, do deslocamen­to dela para local ermo e do descarte do corpo no rio foram admitidos pelo acusado.

Outras duas pessoas foram condenadas por receptação, por terem adquiridos objetos roubados da vítima, mesmo sabendo da origem ilícita dos produtos, como celular, rodas e pneus do veículo da estudante. Um dos homens pegou dois anos e seis meses de reclusão e o outro, três anos, quatro meses e oito dias.

A defesa de Prado já adiantou que pretende recorrer da decisão, pois a confissão teria acontecido mediante tortura.

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