Bandeira de cartões Elo e Stone brigam por garantias
AElo, de Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, e a adquirente Stone, que se prepara para listar suas ações na bolsa de Nova York ainda neste ano, travam uma verdadeira batalha sobre garantias. A disputa, inclusive, já foi parar na Justiça. O motivo da discórdia está nas garantias que as credenciadoras têm de apresentar às bandeiras de cartões, conforme as regras do Banco Central. Nos bastidores, a queixa da Elo é de que a Stone tem se negado a cumprir as exigências e há cerca de um ano está inadimplente com a apresentação de garantias, o que poderia representar um risco ao sistema. A Elo não enfrenta esse problema com as cerca de 20 credenciadoras com as quais opera. Já a Stone alega que tem apresentado as garantias a todas as bandeiras. No caso da Elo, pagamentos já foram feitos, mas estão sendo exigidas garantias adicionais e até mesmo superiores às feitas por Visa e MasterCard.
» Rebate. Sem concordar com as exigências, a Stone entrou com pedido de liminar na Justiça contra a apresentação de novas garantias à bandeira até que o BC aprove as regras dos novos arranjos de pagamentos. A 4ª Vara Cível de Barueri deferiu a liminar, mas a Elo conseguiu derrubá-la ontem, dia 19. Na decisão da juíza Renata Bittencourt Couto da Costa, foi destacado ainda que o valor cobrado pela Elo é de R$ 11,2 milhões e não de R$ 25 milhões como informou a Stone.
» Como funciona. Esse “pagamento” é necessário para que as bandeiras possam avaliar a condição de liquidez das adquirentes e evitar riscos ao setor. As garantias variam conforme a exigência de cada bandeira, mas podem ser fiança bancária, seguro ou título público.
» Com a palavra. O BC não comentou. A Elo informou que está “adotando as medidas judiciais cabíveis no sentido de que seja garantido o cumprimento das regras estabelecidas no seu arranjo de pagamentos e que são válidas a todos os participantes”. A Stone disse que não reconhece quaisquer inconformidades com suas obrigações e entende que já realizou aportes de garantia suficientes para a manutenção da operação. Acrescentou que o que está em debate “é a arbitrariedade e falta de transparência por parte da bandeira na definição e cobrança de obrigações e tarifas, bem como a ausência de isonomia nas mesmas”.
» Fechando a conta. Por conta da explosão em seu gasômetro na unidade de Ipatinga (MG) , a Usiminas teve que adquirir 35 mil toneladas adicionais de placas de aço no mês passado para garantir o abastecimento de sua produção. A usina teve que ficar parada por alguns dias, logo após o ocorrido.
» Fora de casa. A siderúrgica mineira, que está com a sua atividade primária em Cubatão (SP) paralisada há mais de dois anos, vem comprando placas de terceiros - como da Ternium (ex-CSA) e da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). No segundo trimestre deste ano, a Usiminas processou 357 mil placas adquiridas. Procurada, a Usiminas não comentou.
» No martelo. A carteira de R$ 550 milhões, pelo valor de face, em créditos vencidos do Banco BVA, em liquidação extrajudicial, será leiloada em 10 de outubro. A data deverá ser confirmada até amanhã, dia 21. Com menor volume e melhor qualidade do que a vendida em outubro do ano passado, houve aumento de cerca de 30% no número de investidores interessados. A carteira foi avaliada pela EY em R$ 71 milhões e carrega vários créditos com garantia. A expectativa é de que haja uma disputa acirrada pelos créditos entre Jive Investiments e Enforce, do BTG. Esta última arrematou a carteira anterior de R$ 2,1 bilhões (pelo valor de face) por R$ 211 milhões.
» Confiança?. A intenção de consumo das famílias subiu em setembro pelo segundo mês consecutivo, a despeito das incertezas em meio às eleições presidenciais. O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), chegou a 86,9 pontos em setembro, aumento de 1,5% ante o mês imediatamente anterior. Na relação anual, a alta foi de 13,2%. Esse é o 41º mês em que o índice fica abaixo de 100 pontos.
» De partida. O desânimo de brasileiros com desemprego, insegurança e com a economia, agravado com as eleições, fez disparar o número de clientes atendidos pelo escritório de advocacia Hayman-Woodward, especializado em expatriação, imigração e investimentos no exterior. Enquanto, em 2016, o escritório atendeu cerca de 300 clientes, o número saltou para 1,1 mil no ano passado e, até agosto em 2018, já chegou nos 2 mil.
» Mas seus cabelos... O mercado brasileiro de produtos para cuidados com cabelos deverá alcançar um faturamento de R$ 24 bilhões em 2019, aumento de 8% em relação aquele esperado para este ano, segundo dados da Euromonitor, encomendados pela Beauty Fair.