Processo polêmico
Quarenta entidades de peso do agronegócio enviaram na semana passada uma carta ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, criticando o processo de seleção para o novo presidente da Embrapa, que deverá ser concluído até 15 de outubro.
O setor queria opinar na escolha, que seria feita pelo conselho de administração, composto exclusivamente por integrantes do governo.
Fontes do governo informaram então que a seleção do presidente da Embrapa seguia a Lei das Estatais. O processo teria sido aberto a toda a sociedade civil, de forma que todos os que se consideraram aptos ao cargo pudessem concorrer.
A ideia, com isso, era conduzir um processo de seleção com critério exclusivamente técnico. Assim, ao menos em tese, ficariam de fora pressões políticas e também os interesses classistas, aí incluídas as empresas do agronegócio.
Com o orçamento restrito, a estatal tem tido um desempenho aquém do esperado pelo setor privado na entrega de novas tecnologias, segundo especialistas. Os sucessivos cortes de verbas levou ao sacrifício de serviços de ponta.
Fundada em 1973, a Embrapa é uma companhia 100% estatal e dependente dos recursos do Tesouro. Com um orçamento de R$ 3,4 bilhões, 9,6 mil funcionários e 2,4 mil pesquisadores, que recebem de duas a três vezes o salário de um pesquisador de universidade federal, teve papel importante 40 anos atrás no desenvolvimento do agronegócio brasileiro, especialmente em novas variedades de soja adaptadas às condições do Cerrado.