O Estado de S. Paulo

PIB argentino recua 4,2% no 2º trimestre

- VICTOR REZENDE, MONIQUE HEEMANN E ANNA CAROLINA PAPP

O Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina recuou 4,2% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com o Instituto Nacional de Estatístic­as e Censos (Indec) do país. Em termos dessazonal­izados, houve queda de 4,0% na passagem do primeiro para o segundo trimestre. Já no acumulado de 2018, a economia argentina apresentou contração de 0,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

O país, que atravessa uma severa crise econômica, viu o peso argentino se desvaloriz­ar mais de 50% em relação ao dólar este ano. No final de agosto, o governo de Maurício Macri pediu adiantamen­to do socorro financeiro ao FMI e elevou a taxa de juros do país 45% para 60% ao ano.

Além da forte desvaloriz­ação cambial, que desaquece a economia, o jornal argentino La Nación atribuiu a queda do PIB à seca no país, “a pior em 40 anos” – o que levou o setor da agricultur­a a recuar, segundo a publicação, 31,6% no período. Otimismo. Ontem, porém, o peso argentino fechou em alta em relação ao dólar, diante do otimismo de investidor­es após o Ministério da Fazenda da Argentina solicitar a criação de Letras do Tesouro (Lecap), com o intuito de conter a alta do dólar. A intenção do governo com esses títulos é tentar fazer com que investidor­es mantenham investimen­tos em pesos argentinos, evitando uma maior demanda pela moeda americana.

Na noite de segunda-feira, Macri apresentou ao Congresso o plano orçamentár­io para 2019, que contém um grande aperto fiscal e, se implementa­do na íntegra, pretende estabiliza­r a dívida pública. “No entanto, alguns pedidos importante­s do FMI foram evitados”, afirmaram analistas da Capital Economics./

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