O Estado de S. Paulo

Startup tem oferta de software de gestão e de crédito.

A Omiexperie­nce, que acabou de receber aporte de R$ 25 milhões, fornece softwares – e antecipaçã­o de recebíveis – a pequenos negócios

- / CÁTIA LUZ E MARIANA LIMA

Em 1990, aos 20 anos, Marcelo Lombardo deixou o emprego para criar seu primeiro negócio: uma empresa de software de gestão para grandes companhias. Duas décadas depois, vendeu o negócio para uma multinacio­nal, mas pediu para ficar com um projeto ainda embrionári­o lá dentro: uma startup de sistema de gestão na nuvem voltada, dessa vez, para a pequena empresa brasileira.

Desde 2013, quando foi lançada no mercado, a Omiexperie­nce saiu de uma sala emprestada para um prédio de seis andares, com 130 funcionári­os e 17 mil clientes – base que aumenta em 1,2 mil cadastros por mês.

Agora, acabou de receber um aporte de R$ 25 milhões do fundo brasileiro Astella e se prepara para ampliar uma atividade que já exercia nos dois últimos anos: financiar o pequeno empreended­or. Fruto de uma parceria com uma fintech israelense, a Omiexperie­nce tem disponívei­s R$ 130 milhões para empréstimo­s, que funcionam por meio de antecipaçã­o de recebíveis. A empresa é a primeira no País na área de gestão a oferecer também financiame­nto.

O sistema, chamado de Omie, abrange as áreas principais de uma empresa, como emissão de notas, finanças e estoques, e integra as informaçõe­s com o contador – figurachav­e na estratégia da startup. Em vez de procurar o cliente final, a Omiexperie­nce se aproximou desse profission­al, seu maior canal para chegar ao pequeno empresário. Hoje, a startup tem parceria com 11 mil contadores pelo País.

“Cerca de 90% das pequenas empresas brasileira­s não têm solução de software de gestão. A gente brinca que o nosso maior concorrent­e é o caderno da Tilibra”, diz Lombardo. “Ajudar na organizaçã­o dessas companhias pode acelerar o cresciment­o do País. O faturament­o médio da pequena empresa americana, por exemplo, é quase cinco vezes superior ao da nossa pequena empresa.”

Segundo Lombardi, a empresa foi sondada por fundos internacio­nais, dispostos a comprar o controle. “Como estamos pensando em uma maratona, não em corrida de 100 metros, preferimos um parceiro com o qual a gente possa crescer junto.” O Astella já tinha feito um investimen­to anjo na startup em 2014.

A empresa, que cobra uma assinatura mensal, opera no azul há dois anos, segundo Lombardo. “Criar um produto que atende às necessidad­es do pequeno empresário em diferentes canais é uma estratégia inteligent­e, porque normalment­e o cliente que precisa de software também precisa de crédito”, avalia Pedro Waengertne­r, cofundador da acelerador­a Ace.

Para Mauricio Godoi, economista da Saint Paul Escola de Negócios e especialis­ta em crédito, o fato de oferecer um sistema de gestão dá à Omie um diferencia­l na hora de conceder o crédito, porque ela tem mais facilidade para avaliar os riscos.

“Cerca de 90% das pequenas empresas brasileira­s não têm solução de software de gestão.”

Marcelo Lombardo

FUNDADOR E PRESIDENTE

DA OMIEXPERIE­NCE

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WERTHER SANTANA/ESTADÃO - 27/8/2018 Uma opção lucrativa. Companhia opera no azul há dois anos, de acordo com Lombardo
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