O Estado de S. Paulo

Arma de guerra no morro do Rio

Browning .50 seria vendida por traficante­s

- Roberta Jansen / RIO Roberto Godoy

Capaz de furar a blindagem de carros-fortes e aeronaves, uma metralhado­ra antiaérea Browning .50, fabricada nos EUA, foi apreendida com traficante­s de drogas da Rocinha, que tentavam vendê-la por R$ 200 mil. A arma, de 1,68 metro e 38 quilos, é a maior já apreendida pela polícia no Rio.

Uma arma de guerra de grande porte, capaz de furar a blindagem de carros-fortes e até de aeronaves, foi apreendida com traficante­s de drogas do Rio, quando tentavam vendê-la. A metralhado­ra antiaérea Browning .50, de fabricação americana, mede 1,68 metro de compriment­o e pesa 38 quilos. Trata-se do maior armamento já apreendido pela Polícia Civil no Estado do Rio. Estava com criminosos de uma dissidênci­a da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), que se aliou ao Comando Vermelho (CV).

Desenhada em 1919 e em produção regular nos Estados Unidos há 85 anos, a arma é usada em cerca de 120 forças armadas do mundo todo. O fabricante, General Dynamics, mantém o projeto “robusto e confiável” em “constante desenvolvi­mento”. A munição é a maior da série .50 (12,7 mm). A metralhado­ra dispara na cadência de 450 a 650 tiros por minuto, com alcance de destruição em um raio de 1.800 metros.

“Esta é uma arma de guerra, de grande potencial ofensivo, representa um grande perigo para a sociedade e para as ações policiais”, afirmou o delegado Delmir Gouveia. “Ela é usada para ostentar o poder do tráfico e em ações criminosas de maior vulto, como roubos a empresas de transporte de valores ou carros-fortes.”

Dois homens foram presos em flagrante tentando negociar a arma por R$ 200 mil: Thiago da Silva Lopes, de 22 anos, e Pablo Carvalho da Silva, de 23. A especializ­ada acompanhou a negociação para a venda da metralhado­ra durante três dias e intercepto­u a finalizaçã­o da transação. A metralhado­ra estava na Rocinha, na zona sul, e seria transferid­a para a comunidade do Fallet-Fogueteiro, na região central da cidade.

Segundo o delegado, depois de ser levada para o Fallet, a arma iria para outro Estado, onde seria usada em ação de grande vulto. “Embora tenha sido criada na 1.ª Guerra Mundial, a .50 tem um projeto tão eficiente que está em uso até hoje nas principais forças armadas de todo o mundo”, explicou o delegado André Leiras, da Desarme.

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FABIO MOTTA/ESTADÃO
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FABIO MOTTA / ESTADÃO Potência. Desenhado em 1919, armamento é usado por 120 forças armadas no mundo

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