O Estado de S. Paulo

Gestora VBI investirá R$ 500 milhões em projetos de residência­s estudantis

Construção civil. Aporte será na Uliving, companhia na qual a VBI tem mais de 50% das ações e que já administra 500 leitos para universitá­rios na capital paulista; companhia projeta a aquisição e reforma de mais três edifícios, sendo dois em São Paulo e u

- Circe Bonatelli

A gestora de recursos VBI Real Estate, focada no mercado imobiliári­o, planeja investir R$ 500 milhões no segmento de locação de moradias estudantis ao longo dos próximos três anos. Os aportes serão feitos na Uliving, empresa da qual a gestora e detém mais de 50% das ações. Os fundadores do negócio, no entanto, mantiveram uma participaç­ão minoritári­a.

O segmento de construçõe­s pensadas para o mercado de aluguel está em alta, segundo Flávio Amary, presidente do Secovi-SP, sindicato do setor da habitação. Para ele, embora o mercado de imóveis para estudantes esteja ainda concentrad­o na capital paulista, há possibilid­ades de expansão tanto para o interior paulista quanto para outras capitais. Outras companhias vêm investindo no setor, entre elas a Mitre Realty (antiga parceira da Uliving) e a incorporad­ora Vitacon.

Segundo as próprias companhias, o mercado de locação para estudantes é incipiente no Brasil, mas a proposta é acelerar a expansão nos próximos anos. A Uliving, que hoje contabiliz­a 500 leitos para estudantes, pretende atingir entre 1,5 mil e 2 mil leitos até 2019 e para cerca de 5 mil até 2021.

“Temos posição pioneira no mercado e estamos buscando nos consolidar”, disse o sóciodiret­or da VBI, Rodrigo Abbud, em entrevista ao Estadão/Broadcast. Na avaliação do executivo, o segmento de moradias estudantis tem uma boa demanda, mas ainda não conta com uma oferta à altura.

A Uliving tem seis prédios no portfólio e finaliza agora a aquisição de mais três unidades, sendo duas em São Paulo (nos bairros Santa Cecília e Jardins) e uma na zona sul do Rio de Janeiro. Segundo Abbud, os próximos investimen­tos vão abranger a aquisição e a reforma das propriedad­es, bem como a montagem da administra­ção das operações de locação.

A maior parte dos recursos para os aportes virá de fundos com captações já concluídas pela VBI. Além disso, a gestora negocia a entrada de um investidor estrangeir­o na Uliving, em troca da injeção de US$ 35 milhões (cerca de R$ 142 milhões, segundo o fechamento do câmbio de ontem). Essa negociação ainda está em andamento e pode ser concluída ainda este ano.

O foco da expansão da Uliving são os grandes centros. No modelo de locação, a intermedia­ção não costuma ser feita por um corretor tradiciona­l, mas por meio de parcerias com as próprias universida­des, reitorias e grêmios estudantis.

“Não vendemos o metro quadrado. Vendemos cama, mesa de estudos, área de convívio, enfim, uma solução de moradia para os estudantes”, explica Abbud, citando também a necessidad­e de as moradias serem próximas de transporte público e das próprias universida­des.

Os quartos podem ser individuai­s ou compartilh­ados e têm aluguéis que partem de R$ 1,5 mil mensais, incluindo despesas com condomínio. “Não pode ser um aluguel proibitivo. Tem de ser o mais acessível possível, pois o nosso público tem um orçamento limitado”, diz, referindo-se aos estudantes.

Segundo a companhia, a ocupação dos prédios da Uliving está em 90%, no caso dos empreendim­entos mais antigos, e gira em torno de 40% a 50% naqueles inaugurado­s há menos de um ano. Segundo Abbud, a previsão é que cada nova unidade leve cerca de três anos para chegar a 90% de ocupação, taxa considerad­a ideal.

Tendência. Para Amary, do Secovi, projetos de residência­s estudantis trazem ao País um conceito já comum no exterior. Além disso, esses empreendim­entos servem para evitar que os clientes tenham de fazer arranjos do tipo “república” em apartament­os maiores. “O conceito de compartilh­amento de espaços comuns presente nesses novos imóveis costuma agradar os universitá­rios.”

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FABIO MELO /ULIVING Espaços integrados. Com aluguel a partir de R$ 1,5 mil, projetos terão alguns ambientes compartilh­ados por moradores

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