País cria 110 mil postos de trabalho em agosto
Foram 110,4 mil postos criados, melhor resultado para o mês desde 2013, diz Caged
O Brasil registrou a criação de 110,4 mil empregos com carteira assinada em agosto. O dado indica o melhor resultado para o mês desde 2013. Sete dos oito setores da economia contrataram novos trabalhadores, com liderança dos serviços, que geraram 66,2 mil postos de trabalho. No mês, quase 4 mil pessoas foram contratadas como intermitentes – regime criado pela reforma trabalhista com a promessa de formalizar trabalhadores sem jornada fixa.
Todos os subsetores relacionados à prestação de serviços contrataram. No primeiro mês do segundo semestre do calendário escolar, o ensino foi responsável pela geração de 20,3 mil empregos. Em seguida, apareceram a administração de imóveis (18 mil) e os serviços de alojamento e alimentação (12,8 mil). Além dos serviços, comércio, com 17,8 mil empregos, e a indústria de transformação, com outros 15,7 mil postos, também tiveram participação importante na ampliação do emprego em agosto.
Os dados foram comemorados pelo segundo dia consecutivo pelo governo que, em meio à corrida eleitoral, se esforça para tentar reduzir a impopularidade. “Este governo conteve o desemprego e está contribuindo para a geração de centenas de milhares de novos postos de trabalho. O Brasil vai continuar crescendo”, disse o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, nas redes sociais.
Anunciado oficialmente ontem, o número foi antecipado na véspera pelo presidente Michel Temer, que também comemorou na quinta-feira. Horas antes da divulgação do dado, Temer chegou a falar, em um evento, que seriam 117 mil vagas em agosto – 7 mil a mais do que o dado oficialmente divulgado.
Intermitente.
O relatório mensal do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho indicou que, em agosto, foram criados 3,9 mil empregos intermitentes ante 3,4 mil vagas de julho.
Nessa modalidade, o empregado assina um contrato, mas só trabalha quando a empresa precisa da mão de obra. Entre as ocupações mais comuns nesse contrato, estão assistente de vendas (228 postos em agosto), cuidador em saúde (185) e servente de obras (181).
Os números do Caged também mostraram a abertura de outras 3,1 mil empregos pelo sistema de jornada parcial – quando o trabalho tem carga horária reduzida no dia. Nesse caso, faxineiro (206 empregos), professor de ensino superior (197) e operador de caixa (178) lideraram no mês passado.
No acumulado do ano até agosto, o mercado de trabalho acumulou a geração de 568,5 mil empregos com carteira em todo o País. Esse é o melhor desempenho para o período de oito meses desde 2014.
Apesar dessa melhora, a capacidade da economia de gerar novos postos de trabalho ainda é pequena em relação ao desemprego que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ainda castiga 12,9 milhões de brasileiros.