O Estado de S. Paulo

Arrecadaçã­o federal cresce em agosto, mas em ritmo menor

Recolhimen­to de impostos teve aumento real de 1,08% no mês passado, chegando a R$ 109,7 bilhões

- Lorenna Rodrigues Fernando Nakagawa/BRASÍLIA

A arrecadaçã­o de tributos federais voltou a crescer em agosto, mas com ritmo menor do que vinha sendo registrado nos meses anteriores. Com a ajuda da maior lucrativid­ade de empresas e das altas na produção industrial e no setor de serviços, o recolhimen­to de impostos teve um aumento real (já descontada a inflação) de 1,08% em agosto, quando somou R$ 109,7 bilhões.

No ano, os brasileiro­s já pagaram R$ 953,6 bilhões em tributos federais, uma alta de 6,94% em relação aos oito primeiros meses de 2017. A expectativ­a da Receita, porém, é que o valor cresça de 3% a 3,45% em 2018.

A redução de ritmo, no entanto, se deve não a uma arrecadaçã­o menor nos próximos meses, mas sim ao fato de, no segundo semestre, ter havido um recolhimen­to atípico relativo ao último programa de parcelamen­to de dívidas tributária­s, o Refis. Com isso, a base de comparação no segundo semestre está inflada, o que deve reduzir a alta porcentual em relação aos últimos meses.

“A arrecadaçã­o de agosto mudou em relação ao observado nos outros meses, representa um ponto de virada. Está perdendo tração e a tendência é crescer de forma mais fraca”, afirmou o analista Fabio Klein, da Tendências Consultori­a Integrada.

A alta da arrecadaçã­o teve a ajuda do maior pagamento de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuiç­ão Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) pelas empresas, que incidem sobre o lucro das empresas. De acordo com a Receita, houve uma alta de 10,53% na arrecadaçã­o dos dois tributos, um reforço de R$ 1,395 bilhão em relação a agosto de 2017.

“Isso não é recorrente e temos que esperar os próximos meses para ver se continuará a mesma trajetória”, afirmou o chefe do Centro de Estudos Tributário­s e Aduaneiros, Claudemir Malaquias.

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