O Estado de S. Paulo

Bolsa tem maior alta na semana desde 2016

- Altamiro Silva Junior Paula Dias

O aumento do apetite ao risco por ativos de emergentes, desencadea­do pela menor tensão em relação à disputa comercial entre EUA e China, mais a percepção de que o presidenci­ável Jair Bolsonaro (PSL) se fortaleceu para enfrentar a esquerda em eventual segundo turno da eleição levaram o Ibovespa a acumular ganho de 5,32% na semana, o maior desde a segunda semana de abril de 2016.

Ontem, o índice terminou com valorizaçã­o de 1,70%, aos 79.444,29 pontos, maior nível desde 8 de agosto. A Bolsa chegou a tocar os 80 mil pontos e o dólar renovou sucessivas mínimas após Bolsonaro divulgar vídeo no qual diz que deve ter alta até o final do mês. O candidato do PSL se recupera no Hospital Albert Einstein da facada que recebeu em ato de campanha no último dia 6, em Juiz de Fora, em Minas Gerais.

A percepção de que as ações brasileira­s estão baratas em dólar tem garantido o fluxo de recursos estrangeir­os, o que contribuiu para a valorizaçã­o do real na sessão de ontem e na semana. O dólar à vista encerrou em baixa de 0,58%, a R$ 4,0504, menor valor desde 21 de agosto. Foi a terceira queda seguida da moeda dos Estados Unidos, que acumulou desvaloriz­ação de 2,75% na semana – maior recuo desde a segunda semana de julho de 2017.

Ritmo bom.

O economista-chefe do Rabobank, Mauricio Oreng, ressalta que há no mercado internacio­nal a percepção de que o cresciment­o da economia mundial prossegue em ritmo bom, aliada a uma menor tensão comercial, mesmo após Donald Trump anunciar que vai taxar mais produtos chineses. Com isso, ressalta ele, houve uma pausa nas vendas de ativos de emergentes. Como reflexo, moedas de vários mercados se apreciaram esta semana. O dólar caiu 4% ante o rand da África do Sul, 6,5% contra o peso da Argentina, 2,4% ante a divisa da Rússia e 0,47% contra a moeda mexicana.

O risco Brasil medido pelo CDS também atingiu a menor pontuação em um mês, em torno de 260 pontos, ao cair cerca de 5% neste pregão. Os juros futuros recuaram, em reação ao ambiente mais favorável aos emergentes, ao câmbio e ao IPCA-15 de setembro, que veio bem abaixo da mediana das estimativa­s.

Em Nova York, o Dow Jones subiu 0,32% e renovou máxima histórica de fechamento, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq caíram.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil