O Estado de S. Paulo

FHC diz que seu recado não foi para os candidatos

- /CAIO SARTOTI e KATNA BARAN

Após a repercussã­o gerada pela carta divulgada na quinta-feira passada, na qual defendeu que é preciso deter o que classifico­u como “marcha da insensatez”, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso usou ontem o Twitter para afirmar que o texto foi direcionad­o “aos eleitores e eleitoras, não aos candidatos ou aos partidos”.

O tucano afirmou que há meses defende a criação do que chama de centro popular e progressis­ta. “Parece que na conjuntura água mole não racha pedra dura. O que não muda minhas convicções.”

Na carta, Fernando Henrique defende que os candidatos considerad­os de centro se juntem para evitar uma vitória de Jair Bolsonaro (PSL) ou de Fernando Haddad (PT) na eleição presidenci­al. Os dois estão nas primeiras posições nas pesquisas de intenção de voto.

A carta gerou reações dos presidenci­áveis. Marina Silva (Rede) disse que o PSDB passa pelos mesmos problemas do PT e que “fazer um discurso para que haja uma união e dizer que o figurino cabe no candidato do seu partido (Geraldo Alckmin) talvez não seja a melhor forma de falar em nome do Brasil”.

Ciro Gomes, do PDT, disse que “é mais fácil boi voar de costas” do que o chamado centro se unir no primeiro turno. Alckmin, disse que, no momento, não vai procurar os demais postulante­s. “A ideia é uma reflexão junto ao eleitorado.” Henrique Meirelles (MDB) e João Amoêdo (Novo) também rechaçaram qualquer possibilid­ade de desistirem das candidatur­as.

Já Alvaro Dias, do Podemos, sugeriu ontem que o PSDB deveria “renunciar” da candidatur­a de Alckmin para que haja uma união dos candidatos de centro, como defendeu FHC.

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