O Estado de S. Paulo

Para candidatos, mudanças tributária­s são prioridade

Presidenci­áveis apontam necessidad­e de atualizar texto, mas também destacam avanços conquistad­os

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Os candidatos à Presidênci­a da República veem a questão tributária como o principal ponto a ser alterado na Constituiç­ão.

Segundo colocado nas pesquisas, Fernando Haddad (PT) disse que, além de mudar o modo de tributação no País, é necessário fazer uma reforma no sistema de Justiça – sem dar mais detalhes. Para o petista, a Constituiç­ão deve cumprir os direitos “civis, políticos, econômicos, culturais e ambientais” nela previstos.

Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede) respondera­m o mesmo sobre as reformas às quais submeteria­m o País por meio de emenda constituci­onal: tributária, previdenci­ária e política. O tucano destacou, dentre as conquistas da Carta, a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), além do estabeleci­mento da igualdade de direitos entre homens e mulheres e a proteção ao meio ambiente.

Marina, por sua vez, classifico­u a Constituiç­ão como uma bússola que deve guiar o País “para garantir que estes problemas sejam superados e para que os objetivos da República, como o de construir uma sociedade livre, justa e solidária, sejam alcançados”. A assessoria de Ciro Gomes (PDT) não respondeu. Ele também tem como um dos motes de campanha a reforma tributária. Assim como Haddad e Marina, defende a chamada tributação progressiv­a, com mais impostos sobre renda e menos sobre consumo.

A assessoria de Jair Bolsonaro (PSL) também não respondeu. O candidato a vice na chapa, general Hamilton Mourão, causou polêmica após sugerir uma nova Constituiç­ão, feita por “notáveis”.

Necessidad­es. Alvaro Dias (Podemos) afirmou que quer apresentar emendas “em vários quesitos” para atender ao mote que vem repetindo na campanha: a “refundação da República”. Apesar de não especifica­r propostas, o candidato citou necessidad­es nas áreas de economia, segurança e educação.

João Amoêdo (Novo) defendeu o enxugament­o da Constituiç­ão, para que o texto tenha apenas “artigos essenciais” – a proposta do presidenci­ável é que o restante seja transforma­do em leis ordinárias.

Henrique Meirelles (MDB) também propõe tornar parte do texto legislação ordinária. Ele, no entanto, não vê problema em emendar a Carta – a principal necessidad­e, para o emedebista, é a reforma da Previdênci­a.

Guilherme Boulos (PSOL) critica a adição à Carta da Emenda Constituci­onal 95 (que estabelece­u teto de gastos públicos por 20 anos). Sua proposta é dificultar a aprovação de emendas, fazendo com que elas passem por referendo popular. O presidenci­ável defende um debate com a sociedade para fazer reformas no sistema político e democratiz­ar o Poder Judiciário e as Forças Armadas.

Para Eymael (DC), o importante no momento é fazer cumprir a constituiç­ão atual. Os candidatos Vera Lúcia (PSTU), Cabo Daciolo (Patriota) e João Goulart Filho (PPL) não respondera­m à reportagem.

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