O Estado de S. Paulo

Honorários atrasam acordo de Eletrobrás e Eletropaul­o

- COM CIRCE BONATELLI, DAYANE SOUSA, RENATA PEDINI E LUCIANA COLLET

Oimbróglio gerado por conta do milionário honorário a ser pago a advogados da Eletrobrás, no âmbito de uma antiga disputa judicial com a Eletropaul­o sobre um empréstimo feito à distribuid­ora paulista, está dificultan­do um ponto final do processo, que se arrasta há quase três décadas. Embora as partes tenham chegado a um acordo em março, prevendo o pagamento de R$ 1,5 bilhão pela Eletropaul­o, dos quais R$ 100 milhões aos advogados, até agora o processo não é considerad­o “transitado em julgado”. Os pagamentos, portanto, sequer começaram. Além da disputa pelos honorários, a exclusão da Cteep do processo também tem sido alvo de questionam­entos tanto por parte da transmisso­ra, quanto da Eletropaul­o.

» Quinhão. Desde março, houve diversos pedidos de impugnação do processo, que corre no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Algumas das contestaçõ­es partiram de advogados que defenderam a estatal, mas não participam da Associação dos Advogados do Grupo Eletrobras (AAGE), com quem foi estabeleci­do o acordo pelos honorários.

» Até tu. Um grupo argumentou que a associação e a estatal são partes ilegítimas para negociarem e que os honorários são devidos, apenas, aos advogados constituíd­os em procuração e que atuaram na fase de conhecimen­to do processo – ou seja, no início do mesmo. Até mesmo os advogados da Cteep, que inicialmen­te foi colocada no polo passivo ao lado da Eletropaul­o, tentaram o recebiment­o de honorários.

» Disputas. Após inúmeras petições e embargos de declaração, a juíza Juliana Leal Melo negou, na última semana, todos os pedidos e argumentaç­ões, sugerindo aos inconforma­dos ou eventuais prejudicad­os buscar eventual direito. As partes podem, porém, recorrer a instâncias superiores. Procuradas, Eletropaul­o afirmou que ainda vai analisar a decisão, enquanto a Cteep disse que prefere não se manifestar sobre demandas judiciais em andamento.

» Contrário. Em reunião do Conselho de Administra­ção da Eletropaul­o, em março, o então conselheir­o representa­nte dos minoritári­os, Marcelo Gasparino, se colocou contrário ao acordo e questionou a postura do controlado­r à época, a AES, que teria mudado de posição sobre a responsabi­lidade da dívida. O passivo da Eletropaul­o era tido como um peso extra para a venda da participaç­ão detida pela AES, que acabou, meses depois, passando para a italiana Enel, em uma disputada oferta pública de aquisição (OPA).

» Tinha uma pedra. Preços mais altos do que o esperado são a principal barreira para que trabalhado­res invistam em sua educação, segundo pesquisa da Udacity em parceria com a MindMiners. Levantamen­to apontou que 74% das pessoas enxergam os preços mais altos do que o que elas estariam dispostas a pagar como uma barreira pra fazer um curso presencial ou online. A falta de tempo e a dificuldad­e de conciliar estudos com atividades familiares e de trabalho são um problema para mais da metade dos entrevista­dos.

» Terra da garoa. Com saldo de R$ 1,8 bilhão sob gestão alcançado neste ano, um aumento de 40%, a Quantitas, gestora independen­te com sede em Porto Alegre, aposta numa base em São Paulo. Recém-inaugurado, o escritório tem como meta ampliar a participaç­ão das plataforma­s (distribuid­ores) na receita da empresa, de 3%, hoje, para 50% em três anos. A Quantitas começou a atuar com esse canal em 2018, por enxergar grande potencial de cresciment­o.

» Trampolim. Atualmente, além dos 3% em distribuid­ores, a receita é dividida entre investidor­es institucio­nais (29%) – para os quais oferece fundos de renda fixa –, pessoas físicas (33%) e family office e fundos de fundos (35%) – fundos multimerca­dos e ações. A expectativ­a também é que a base paulista, no Itaim Bibi, possa estreitar a relação com os principais agentes autônomos, family offices e fundos de fundos do País, segundo a gestora.

» 40ºC?. O mercado imobiliári­o do Rio de Janeiro dá sinais de melhora após anos de estagnação. Os lançamento­s somaram R$ 2,3 bilhões em valor geral de vendas (VGV) de janeiro a julho. Esse montante já superou 2017, quando os novos projetos totalizara­m R$ 1,5 bilhão, um dos níveis mais baixos já vistos, segundo a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliári­o (Ademi-RJ).

» Procura. A retomada ainda é pontual e tem sido puxada por bairros com grande demanda por imóveis novos. A Cyrela, por exemplo, vendeu, em menos de um mês, 90% das 139 unidades do seu empreendim­ento ‘Move Tijuca’, lançado em agosto, com preço médio de R$ 750 mil. Já no Flamengo, as parceiras Sig Engenharia e Opportunit­y venderam, ainda no pré-lançamento, no último mês, 75% das 210 unidades do projeto ‘Ícone Parque Residência’, com preço médio de R$ 1 milhão.

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TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO-27/6/2005
 ?? MARCOS DE PAULA/ESTADÃO-18/7/2013 ??
MARCOS DE PAULA/ESTADÃO-18/7/2013
 ?? FABIO MOTTA/ESTADÃO-17/2/2017 ??
FABIO MOTTA/ESTADÃO-17/2/2017

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