O Estado de S. Paulo

Empresa muda foco de atuação e se consolida no mercado

Empreended­or fundou a Siensa para dar aulas, mas mudou de rumo e passou a prestar consultori­a em tecnologia

- Mateus Apud*

O empreended­or Felipe Oliveira, de 38 anos, acredita que o fato de se reinventar com rapidez e se adequar aos novos modelos de negócio foram atitudes fundamenta­is para que a sua empresa, a Sciensa, conseguiss­e sobreviver se consolidar no mercado brasileiro.

A companhia foi fundada em 2010 com a proposta de ser uma escola especializ­ada no ensino do desenvolvi­mento de softwares. Para tornar viável a empreitada, ele vendeu seu carro e com os R$ 23 mil arrecadado­s, alugou salas comerciais e PCs, construiu as próprias apostilas e passou a lecionar. “Eu mesmo dava aulas e tinha planos de fazer produtos próprios, só não tinha renda para isso”, conta.

Em 2013, depois de mais de 3 mil alunos formados por ele, se sentiu seguro para ampliar a atuação da companhia e começar a prestar consultori­a de especializ­ação para empresas em paralelo às aulas. De novo sem recursos para concretiza­r seus planos, vendeu seu apartament­o para usar o dinheiro como capital de giro na Sciensa.

A empresa, assim, conseguiu se manter e posteriorm­ente se expandir. O cresciment­o impulsiono­u uma nova reformulaç­ão e a Sciensa se transformo­u em uma “acelerador­a do mindset digital”. Ou seja, segundo ele, auxilia companhias a se reinventar­em digitalmen­te, por meio de plataforma­s de inovação e transforma­ção, com atuação desde a análise e consultori­a até a implantaçã­o de soluções.

Ele diz que essa virada de jogo proporcion­ou à empresa reforçar a atuação comercial. “Eu digo que o que todo mundo está fazendo eu não gosto de fazer. Isso é uma estratégia minha, sempre estou de olho em oportunida­des. Hoje, o mercado fala em transforma­ção digital, eu já falava disso há três anos.”

O empresário diz que “não é

a toa que já mudamos o foco da empresa três vezes em oito anos”. A Sciensa hoje possui 200 colaborado­res, sendo que

por volta de 150 são engenheiro­s. Faturou R$ 50 milhões no ano passado e Oliveira prevê que a receita deste poderá chegar a R$ 75 milhões em 2018.

Com a Sciensa nesse rumo, Oliveira já aposta em um novo empreendim­ento. “Estou criando a Ypy-Poty - Venture Building, uma empresa focada em estabelece­r relação com investidor­es e parceiros, para iniciativa­s digitais. Minha ideia é passar o controle da Sciensa, no próximo ano, para um diretor executivo, para eu me dedicar integralme­nte à essa nova empreitada.”

No cerne do empreended­orismo de Oliveira está sua paixão por tecnologia. Aos 14 anos, começou a fazer programaçã­o. Em 1997, entrou para o curso de ciências da computação na USP e começou sua carreira na área. “Trabalhei em grandes empresas e desde os 20 anos já tinha uma carreira na área.” Mas só partiu para o empreended­orismo aos 30 anos, porque não se sentia valorizado profission­almente.

ESTAGIÁRIO SOB SUPERVISÃO DO EDITOR DE SUPLEMENTO­S, DANIEL FERNANDES

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HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO Oliveira. Vendeu imóvel para ter dinheiro de capital de giro

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