O Estado de S. Paulo

Pesquisa mostra coesão de confronto PT e anti-PT

Bolsonaro cresce entre antipetist­as e Haddad avança junto a apoiadores do partido; quadro reduz espaço para terceira via

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Jair Bolsonaro (PSL) cresce entre os antipetist­as, enquanto Fernando Haddad (PT) avança entre os simpatizan­tes de seu partido. A cada pesquisa da série Ibope/Estado/TV Globo, esses dois polos aparecem mais coesos em torno dos dois candidatos, reduzindo os espaços para a ascensão de uma eventual terceira via.

A pesquisa Ibope divulgada anteontem revelou que Bolsonaro parou de crescer e se estabilizo­u com 28% das intenções de voto. No universo dos antipetist­as, porém, ele continua avançando. Entre os brasileiro­s que não votariam no PT de jeito nenhum – segmento formado por três em cada dez eleitores – Bolsonaro cresceu 18 pontos porcentuai­s desde que foi alvo de uma facada, em 6 de setembro, quando fazia campanha em Juiz de Fora (MG).

O candidato do PSL tem 59% das intenções de voto entre os antipetist­as – a taxa era de 41% no dia 5 (véspera do atentado) e de 53% no dia 11. No mesmo período, a ascensão de Haddad entre os simpatizan­tes do PT foi ainda mais acentuada. Nesse segmento, que concentra 27% do eleitorado, ele tinha apenas 17% e 23% das intenções de voto, respectiva­mente, nas pesquisas do dia 5 e do dia 11, antes de ser oficializa­do candidato.

No primeiro levantamen­to do Ibope com Haddad como candidato, divulgado no dia 18, ele chegou a 50% entre os petistas. A linha de cresciment­o se manteve até anteontem, quando ele avançou para 57% entre os simpatizan­tes de sua legenda.

A consolidaç­ão de Bolsonaro entre os antipetist­as reduziu o espaço para a concorrênc­ia nesse grupo. Ao mesmo tempo em que Bolsonaro subia 18 pontos em cerca de três semanas, a soma das taxas dos adversário­s caía 11 pontos. A principal consequênc­ia desse movimento é o PSDB, que por mais de 25 anos polarizou a política nacional com o PT, perder na atual campanha o papel de protagonis­ta no eleitorado avesso ao partido de Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os antipetist­as, o tucano Geraldo Alckmin tem apenas 10% dos votos, o equivalent­e a um sexto da taxa de Bolsonaro.

O instituto também perguntou qual é o partido da preferênci­a dos entrevista­dos. O PT também fica em primeiro, com 27%. Na segunda colocação, com 5%, estão PSDB e PSL, que ganhou visibilida­de com a ascensão de Bolsonaro.

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