Militares pró-Bolsonaro avaliaram trocar Mourão
Depois das recorrentes declarações polêmicas, o general Hamilton Mourão perdeu apoio entre os militares. Dentro da alta cúpula, avaliou-se ontem, até mesmo, pedir que ele renuncie à vaga de vice para evitar mais prejuízos à candidatura de Jair Bolsonaro. O movimento só foi abortado no início da noite porque a jogada foi considerada arriscada. A legislação prevê que a troca só pode ser feita até 20 dias antes do pleito, prazo já ultrapassado. Embora haja pelo menos um precedente favorável, o risco de o TSE derrubar a chapa toda seria alto demais.
» Pagar para ver. Dois exministros do TSE disseram à Coluna que a chapa pode ser inviabilizada com a renúncia do vice, mas que no caso de Bolsonaro a Corte poderia considerar que a situação envolve o líder nas pesquisas e adotar novo entendimento.
» Precedente. Em 2016, o vice de Iris Rezende renunciou após a vitória na eleição para prefeitura de Goiânia. O TSE considerou que Rezende não poderia ser prejudicado e autorizou a troca. “Há sempre a possibilidade de surgir alguma tese”, afirma um ex-ministro.
» Cotados. Enquanto a ideia de troca do vice ainda empolgava, os nomes mais cotados para substituir o general foram Janaina Paschoal, o príncipe Orleans e Bragança e Alvaro Dias. O candidato do Podemos já disse que não renuncia.
» Ganhou. Uma ala representativa da Assembleia de Deus, que se declara antipetista, quer anunciar já na próxima segunda-feira apoio a Jair Bolsonaro. A cúpula da igreja, que reúne 22,5 milhões de fiéis, se reuniu ontem em São Paulo.
» Perdeu. Em maio, a congregação sinalizou que poderia apoiar Henrique Meirelles (MDB) no 1.º turno, mas o baixo índice dele fez o grupo mudar os rumos.
» Sem argumentos. Em conversas com ministros sobre apoio a Henrique Meirelles, Michel Temer tem evitado pedir votos. Quando provocado, diz que “respeita os fatos”.
» Modernizando. A Corregedoria do TSE vai implementar um sistema para permitir a justificativa de ausência nas eleições de forma totalmente eletrônica.
» Preterido. A chegada do ex-secretário Francisco Macena à campanha de Fernando Haddad incomodou uma ala grande do PT. Para encaixá-lo, o candidato rifou Ricardo Berzoini.
» Chave do cofre. A Coluna revelou ontem que Macena foi indicado por Haddad para ser o tesoureiro da campanha. Os dois são acusados por Mônica Moura de usar caixa 2 em 2012.
» Sem discurso. Apesar disso, não haverá troca. Petistas apontam que o tesoureiro do PT, Emídio de Souza, responde a processos.
» Novos tempos. O corregedor nacional do Ministério Público, Orlando Rochadel, comunicou ao presidente do Supremo, Dias Toffoli, a abertura de Processo Administrativo Disciplinar contra o procurador Deltan Dallagnol, da Lava Jato.
» Os fatos. O pedido partiu do ministro depois de Dallagnol sugerir em entrevista que Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski estimulam a corrupção.