O Estado de S. Paulo

‘Vou ficar em silêncio obsequioso’, diz general

- Tânia Monteiro / BRASÍLIA

O general Hamilton Mourão (PRTB) disse ontem ao Estado que não defendeu o fim do 13.º, e que suas palavras foram distorcida­s. Mourão afirmou que, após a polêmica causada por suas declaraçõe­s, pretende se impor um “silêncio obsequioso”. “Vou ficar igual ao frei Leonardo Boff. Vou ficar em silêncio obsequioso. É uma boa linha de ação”, disse ele, que no fim de semana pretende visitar o presidenci­ável Jair Bolsonaro (PSL).

Mourão afirmou que “não se sentiu desautoriz­ado” “nem constrangi­do” e que não pensou em se afastar da campanha. “Estamos em combate e, quando a gente está em combate, ocorrem estas coisas.”

Ele comentou a mensagem de Bolsonaro no Twitter, cuja íntegra do texto foi enviada ao general pelo candidato. “E eu achei que estava muito bem colocado e disse a ele: siga em frente.” Na rede social, Bolsonaro afirmou que o 13.º é cláusula pétrea e que quem o critica “confessa desconhece­r a Constituiç­ão”.

‘Contexto’. O general afirmou que não se sentiu desautoriz­ado. “Não falei o que estão dizendo que eu falei. Falei dentro de um contexto de gerenciame­nto”, disse. Segundo ele, foi “um alerta sobre o custo extra para os empresário­s e os próprios governos, de um planejamen­to gerencial necessário para que o 13.º salário seja pago”. “Trata-se de um custo social, que faz parte do chamado custo Brasil”, disse.

Mourão afirmou ainda que “obviamente” não é contra o pagamento do 13º salário “porque não posso ser contra algo que eu recebo”. “O problema é que, dentro deste contexto que estamos vivendo, a pessoa pega e distorce. Estou aguardando a onda passar”, disse.

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