‘Vou ficar em silêncio obsequioso’, diz general
O general Hamilton Mourão (PRTB) disse ontem ao Estado que não defendeu o fim do 13.º, e que suas palavras foram distorcidas. Mourão afirmou que, após a polêmica causada por suas declarações, pretende se impor um “silêncio obsequioso”. “Vou ficar igual ao frei Leonardo Boff. Vou ficar em silêncio obsequioso. É uma boa linha de ação”, disse ele, que no fim de semana pretende visitar o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).
Mourão afirmou que “não se sentiu desautorizado” “nem constrangido” e que não pensou em se afastar da campanha. “Estamos em combate e, quando a gente está em combate, ocorrem estas coisas.”
Ele comentou a mensagem de Bolsonaro no Twitter, cuja íntegra do texto foi enviada ao general pelo candidato. “E eu achei que estava muito bem colocado e disse a ele: siga em frente.” Na rede social, Bolsonaro afirmou que o 13.º é cláusula pétrea e que quem o critica “confessa desconhecer a Constituição”.
‘Contexto’. O general afirmou que não se sentiu desautorizado. “Não falei o que estão dizendo que eu falei. Falei dentro de um contexto de gerenciamento”, disse. Segundo ele, foi “um alerta sobre o custo extra para os empresários e os próprios governos, de um planejamento gerencial necessário para que o 13.º salário seja pago”. “Trata-se de um custo social, que faz parte do chamado custo Brasil”, disse.
Mourão afirmou ainda que “obviamente” não é contra o pagamento do 13º salário “porque não posso ser contra algo que eu recebo”. “O problema é que, dentro deste contexto que estamos vivendo, a pessoa pega e distorce. Estou aguardando a onda passar”, disse.