O Estado de S. Paulo

Alckmin ouve gritos de ‘Bolsonaro’ e é vaiado em evento com religiosos

Candidato do PSDB ao Planalto participav­a de ato em SP; ‘Sempre existe aquele pessoal ruidoso’, diz tucano

- Marcelo Osakabe Daniel Weterman / COLABOROU PEDRO VENCESLAU

O candidato à Presidênci­a da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, minimizou as vaias e gritos de “Bolsonaro” recebidos ontem durante a abertura da Expo Cristã, um evento realizado por comunidade­s evangélica­s na capital paulista.

“O que eu vi foi uma plateia bem dividida. É que sempre existe aquele pessoal mais ruidoso. Se fizer uma pesquisa aí, vai dar uma votação bem dividida”, disse o ex-governador a jornalista­s, após deixar o evento.

Alckmin foi vaiado duas vezes no evento. A primeira, quando foi anunciado por João Doria (candidato tucano ao governo de São Paulo), que o precedeu no palco, e a segunda, quando subiu ao palco.

Questionad­o por jornalista­s, o tucano afirmou que não vai mudar a estratégia de criticar a campanha de Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidênci­a e que lidera as pesquisas de intenção de voto. “A nossa estratégia não foi feita com base em pesquisa, mas com base em coerência. A política precisa ter mais valores, mais princípios”, afirmou Alckmin.

Também presente ao evento, o senador Magno Malta (PR) afirmou em discurso que estava presente como representa­nte de Bolsonaro, que continua internado no Hospital Albert Einstein. A menção ao presidenci­ável levou integrante­s da plateia

“O que eu vi foi uma plateia bem dividida. É que sempre existe aquele pessoal mais ruidoso. Se fizer uma pesquisa aí, vai dar uma votação bem dividida.”

“A nossa estratégia não foi feita com base em pesquisa, mas com base em coerência.”

Geraldo Alckmin

CANDIDATO DO PSDB À PRESIDÊNCI­A

a soltarem gritos de “ele sim”, em oposição à campanha #elenão organizada nas redes sociais por grupos feministas desde a última semana contra o candidato.

Malta também fez pregação contra o que chamou de “ideologia de gênero” e disse que Bolsonaro foi atacado por defender valores como esses.

Arthur Virgílio.

Militante histórico do PSDB, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, declarou ontem apoio a ex-ministra Marina Silva (Rede) na disputa presidenci­al e vai participar de atos de campanha ao lado dela, hoje, na capital do Amazonas.

“Eu sou tucano, mas não voto em Geraldo Alckmin. Ele é autoritári­o. Conforme eu previa, a campanha dele não tem credibilid­ade. Pensei muito e minha candidata é a Marina”, disse ele ao Estado. O prefeito é desafeto de Alckmin desde o começo do ano, quando tentou promover prévias no PSDB para enfrentar o ex-governador na escolha do candidato presidenci­al da sigla.

A avaliação de Virgílio é que o PSDB vai apoiar Bolsonaro no 2.° turno, caso Alckmin não consiga chegar lá. “Estou achando que o PSDB vai de Bolsonaro no segundo turno. Alguns tucanos já estão engajados sem nem esperar o fim do primeiro turno. O PSDB virou uma força irrelevant­e.”

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ANDRÉ LUCAS/ESTADAO Evento. Alckmin participou ontem de feira cristã, em SP

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