Trump enterrou solução de dois Estados, diz Abbas
Na ONU, presidente palestino afirma que não restou muito para os EUA oferecerem aos palestinos
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, declarou ontem na ONU que os direitos do povo palestino “não estão disponíveis para barganha” e acusou os EUA de enfraquecerem a solução de dois Estados no conflito com Israel. Abbas disse que os palestinos nunca rejeitariam uma negociação, mas “é irônico que o governo americano ainda fale sobre o que chama de ‘acordo do século’”. “O que resta para os EUA darem ao povo palestino?”, questionou.
A declaração, feita durante discurso na Assembleia-Geral, ocorreu um dia após o presidente Donald Trump ter sugerido que apoia a ideia, há muito tempo discutida como a maneira mais eficaz de resolver o conflito.
Abbas suspendeu os laços com o governo de Trump em dezembro, depois que os EUA reconheceram Jerusalém como capital de Israel. Para os palestinos, que também reivindicam a cidade como capital de seu Estado, a decisão impediu que qualquer plano para a paz seja levado em frente. Além dessa, outras medidas tomadas pelo governo americano recentemente são vistas pela Autoridade Palestina como favoráveis a Israel. “Jerusalém não está à venda”, disse Abbas.
Ajuda. A agência da ONU para os refugiados palestinos, a UNRWA (na sigla em inglês), afirmou ter recebido ontem promessas de contribuições de US$ 118 milhões de países doadores para tentar compensar o corte da ajuda americana, de acordo com o chanceler da Jordânia, Ayman Safadi.
O sindicato dos funcionários da UNRWA anunciou o fechamento de sua sede em Gaza, a partir de domingo, em protesto pelas demissões após o corte da ajuda americana. Washington, maior contribuinte com US$ 350 milhões em 2017, anunciou em agosto o fim da ajudas, lançando a UNWRA em uma grave crise financeira.