O Estado de S. Paulo

Dólar cai abaixo de R$ 4 após mais de um mês

Moeda dos EUA recua 0,92% e fecha cotada a R$ 3,99%; Bolsa sobe 1,7% e retoma os 80 mil pontos, com ajuda de cenário externo favorável

- Barbara Nascimento Paula Dias

O ambiente externo mais favorável e a percepção de que o segundo turno da eleição presidenci­al deverá ser mesmo entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) levaram o dólar a fechar abaixo de R$ 4 pela primeira vez desde 20 de agosto. A moeda americana recuou 0,92%, cotada a R$ 3,99. Contribuiu para o movimento declaraçõe­s mais moderadas dos presidenci­áveis do PSL e do PT.

O banco francês Société Generale ressaltou em relatório que o quadro político está mais claro agora quando comparado há alguns meses, quando vários nomes disputavam uma vaga no segundo turno. “A disputa se estreitou significat­ivamente”, diz o estrategis­ta do banco, Dev Ashish, comentando a liderança de Bolsonaro e Haddad. Apesar da menor incerteza, os riscos persistem, e quem vencer precisará se articular bem para conseguir avançar com as reformas. “Haddad se sairia melhor em forjar alianças que Bolsonaro”, escreve ele.

Sinalizand­o que estão menos pessimista­s com o Brasil no curto prazo, os investidor­es estão migrando de posições compradas, que apostam na alta da moeda americana, para posições vendidas.

A virada aconteceu anteontem com o comunicado do Federal Reserve, o banco central americano, reforçando o gradualism­o na elevação de juros nos EUA, e foi intensific­ada ontem, quando profission­ais do mercado cambial e acionário relataram forte apetite por risco por parte de estrangeir­os. “Hoje (ontem), vemos uma entrada grande de estrangeir­os vendendo dólar”, diz o diretor da mesa de clientes do banco Standard Chartered, Rafael Biral.

Bolsa. No Brasil, o maior apetite de estrangeir­os ao risco fez o Ibovespa operar com ganhos durante toda a sessão e retomar os 80 mil pontos, no maior patamar desde 7 de agosto. O índice encerrou com valorizaçã­o de 1,71%. Também contribuiu para a alta do Ibovespa a disparada das ações da Petrobrás após acordo fechado nos Estados Unidos.

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