Com vontade de manter os BONS FRUTOS
Apesar dos desafios do primeiro semestre, como a paralisação dos caminhoneiros, o setor busca soluções para manter o crescimento
DESTAQUES DO SETOR
1 CIE 86,40 M. DIAS BRANCO 2 CIE 82,00 PIRACANJUBA 3 CIE 81,33 AMBEV
Como já é tradicional na área de alimentos e bebidas, o avanço do setor sempre vai um pouco além do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2017 não foi diferente. Enquanto o incremento do PIB foi de 1%, em termos reais a produção física da indústria da alimentação aumentou 1,25% e a evolução das vendas foi de 1,3%, sendo que a geração de alimentos, que representa 81% da produção na indústria da alimentação, atingiu R$ 520,5 bilhões, com expansão nominal de 4,7%. Já a indústria de bebidas alcançou R$ 121,9 bilhões, avanço nominal de 4,2%.
Também há índices relevantes no que se refere aos negócios realizados no mercado externo. “Em 2017, nossas exportações representaram 19,3% da produção total de alimentos e bebidas, alcançando US$ 38,8 bilhões em alimentos processados, com crescimento em dólar de 6,6%. Já as importações de alimentos e bebidas registraram avanço de 10,2%, alcançando US$ 5,4 bilhões, com evolução de 6% no saldo comercial do setor, que foi de US$ 33,4 bilhões, o que representa quase 50% do saldo total da balança comercial brasileira, de US$ 67 bilhões”, comenta João Dornellas, presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia).
Aliás, no quesito exportação de alimentos, o País se destaca em vários pontos. Em volume, é o segundo maior exportador mundial de alimentos processados. É o primeiro produtor e exportador mundial de suco de laranja; primeiro produtor e exportador mundial de açúcar; primeiro produtor e segundo exportador mundial de carne bovina; segundo exportador mundial de café solúvel; segundo produtor mundial e primeiro exportador de carne de aves; e quarto produtor mundial e segundo exportador de óleo de soja.
Outros números revelam a realidade ainda precavida do setor. Um deles é com relação aos investimentos da indústria de alimentação, que se mantiveram praticamente os mesmos de 2016: R$ 8,9 bilhões. Fusões e aquisições totalizaram R$ 9,9 bilhões. Com a ligeira recuperação da economia em 2017, o nível de emprego teve um modesto crescimento de 0,16%, com criação de 3 mil novos postos de trabalho. No total, as 35,6 mil indústrias (número semelhante ao de 2016) do segmento empregam cerca de 1,6 milhão de pessoas.
CENÁRIOS PARA O FUTURO
O ano de 2018, no entanto, pode não seguir a tendência otimista verificada em 2017. Um dos principais motivos é a greve de caminhoneiros que parou o País por dez dias em maio. “Após a paralisação, o aumento no preço do frete dos alimentos pode chegar a 7,1%. A estimativa é que os novos valores de frete mínimo provocarão uma perda de R$ 23 bilhões por ano para o setor, com consequente redução de emprego e queda de exportações.”, diz Dornellas.
Por outro lado, as indústrias buscam soluções que não comprometam o resultado do ano. Nesse campo, alguns fatores talvez ajudem a mitigar impactos negativos. Um deles é a alta do dólar em relação ao real, o que poderá fazer com que os recursos provenientes das exportações aumentem.
Considerado um dos maiores empregadores do Brasil, o segmento ofereceu 1,6 milhão de empregos diretos em 2017