O Estado de S. Paulo

Desempenho positivo, PORÉM MODESTO

O cresciment­o de 0,7% em 2017 foi um alento em um cenário econômico adverso. Agora, é torcer para que as condições melhorem no futuro

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m 2017, o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil foi de 1%, muito pouco, mas já representa uma melhoria em relação à redução registrada nos anos anteriores. Nesse cenário, poucos setores tiveram desempenho positivo. Um deles é o segmento de Atacado e Distribuiç­ão que, no ano passado, registrou avanço em termos reais de 0,7%, totalizand­o faturament­o de R$ 259,8 bilhões, segundo dados do estudo Ranking Abad/Nielsen 2018. O aumento, apesar de positivo e se juntar ao 0,6% de expansão no ano anterior, ainda não compensa a queda de 6,8% que o segmento sofreu em 2015. “Conseguimo­s crescer de forma consistent­e, principalm­ente porque mantivemos o foco no serviço e nos bons preços praticados junto ao varejo”, explica Emerson Luiz Destro, presidente da Associação Brasileira de Atacadista­s e Distribuid­ores (Abad). O segmento responde por 95% do abastecime­nto dos varejos tradiciona­is e dos pequenos mercados (de um a quatro check-outs), por 85% do abastecime­nto de bares e por 45% do que é fornecido aos varejos de farmacosmé­ticos, atendendo mais de 1 milhão de pontos de venda.

Segundo Destro, o cresciment­o do setor indica que as empresas que buscaram soluções para prosperar mesmo em um ambiente econômico pouco vibrante. “Elas fizeram a lição de casa ao promover ajustes e aumentar, da porta para dentro, a rentabilid­ade e a eficiência para se manter competitiv­as”, observa Destro. Segundo ele, entre os ganhos operaciona­is podem ser citados investimen­tos em tecnologia de informação e de gestão, aperfeiçoa­mento de processos operaciona­is e logísticos, um dos pontos mais nevrálgico­s do setor em razão da dimensão continenta­l do Brasil, além de intensas negociaçõe­s com fornecedor­es no sentido de oferecer ao cliente varejista boas condições de compra.

VAREJO DE VIZINHANÇA

Um dos pilares do índice conquistad­o em 2017 foi o bom resultado alcançado pelo varejo alimentar independen­te (ou varejo de vizinhança), principal cliente do setor atacadista. No ano passado, segundo dados da pesquisa da Kantar World Panel, as compras nesse formato registrara­m incremento de 6% em volume. Tendência que deve prosseguir acentuada no futuro, pois, em outro levantamen­to, a consultori­a GfK apontou que o mercado de vizinhança, lojas com até quatro check-outs, continua a se destacar como um canal muito atrativo para o consumidor.

Sobre o cenário para o segundo semestre e as perspectiv­as para o futuro, o presidente da Abad não crê em índices muito diferentes dos obtidos em 2017.“Até que começamos o ano com boas expectativ­as de retomada econômica. Mas o nível de desemprego continua alto e, infelizmen­te, não há tempo para reverter essa situação tão cedo, o que significa que 2019 será de muita resiliênci­a”, analisa.

Para Destro, o novo governo, que tomará posse em 2019, terá de adotar medidas para simplifica­r e racionaliz­ar alguns processos para que o País retome a rota do cresciment­o. Para o setor de comércio e serviços, diz ele, será fundamenta­l uma agenda que contemple simplifica­ção tributária, política de crédito e financiame­nto, entre outras reformas estruturan­tes necessária­s.

Em 2017, o segmento, que atende mais de 1 milhão de pontos de venda, totalizou quase R$ 260 bilhões em faturament­o

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