DISCIPLINA PARA MANTER BONS RESULTADOS
Controle de custos, redução de despesas e rigor na liberação de crédito são as bases do bom desempenho dos líderes da categoria
Como mostrado na reportagem anterior, apesar da retração da economia registrada nos últimos anos, o setor bancário tem fechado os balanços no azul. O Itaú Unibanco, líder do ranking da categoria no levantamento Estadão Empresas Mais, em 2017, obteve lucro líquido recorrente de R$ 24,9 bilhões. “Diante de uma economia em recessão, o principal diferencial para esse crescimento foi a melhora na qualidade de crédito, no controle de custos eficiente e na evolução da nossa decisão, tomada em 2012, de ter bastante atenção à gestão de capital no banco, priorizando os melhores portfólios de crédito”, avalia Candido Bracher, presidente executivo do Itaú Unibanco.
Entre outros pontos positivos relacionados a esse bom desempenho, o executivo destaca ainda a busca por oportunidades de melhora na eficiência das operações, o foco na prestação de serviços aos clientes e a agen- da estratégica de médio e longo prazos – que foi dividida em dois grupos: um de transformação e outro de melhoria contínua. “Em transformação, incluímos a centralidade no cliente, a agenda digital e a gestão de pessoas. Esses são aspectos que precisam ser transformados dentro da organização ao longo dos próximos anos. Quando falamos sobre melhoria contínua, nos referimos à gestão de riscos, internacionalização e rentabilidade sustentável”, analisa Bracher.
TRANSFORMAÇÃO COMERCIAL
A segunda posição no levantamento ficou com o Bradesco. “Em 2017, praticamente completamos os ajustes de custos relacionados à aquisição do HSBC Brasil, o que nos permitiu alcançar importantes benefícios. Além disso, tivemos redução substancial nas despesas com provisões para crédito, resultado do controle da inadimplência que foi gerada pela crise”, aponta André Cano, vice-presidente do Bradesco.
Outro fator importante para o desempenho alcançado pelo banco, segundo Cano, reside no fato de que o Bradesco tem um modelo de negócio diferenciado dos concorrentes, com presença nacional e foco em todos os segmentos da economia. “A base de clientes se constitui de pessoas físicas de baixa renda até alta renda. Na pessoa jurídica, da pequena empresa a grandes corporações. É um contingente bastante expressivo, o que nos dá escala. Nosso conhecimento do mercado nos permite trazer soluções mais inovadoras aos nossos clientes”, finaliza Cano.
“Estamos em meio a uma grande transformação comercial, que começou a ser posta em prática nos últimos anos e já tem apresentado resultados concretos e muito positivos”, explica Angel Santodomingo, vice-presidente executivo e CFO do Santander Brasil, que ocupa a terceira posição no levantamento Estadão Empresas Mais. “Temos posicionado o banco de modo a simplificar a vida financeira dos clientes, o que se reflete numa história de crescimento. São 37 meses consecutivos de aumento da base de correntistas”, afirma
Buscar melhorias nas operações, manter o foco na prestação de serviços aos clientes e definir uma agenda estratégica são ações essenciais para manter a performance
“Em transformação, incluímos a centralidade no cliente, a agenda digital e a gestão de pessoas. Esses são aspectos que precisam ser transformados dentro da organização ao longo dos próximos anos.” Candido Bracher, presidente executivo do Itaú Unibanco
Santodomingo. Em 2017, esse crescimento foi de 8%, com acréscimo de 16% no número de vinculados. Ou seja, a instituição tem mais clientes e eles realizam cada vez mais negócios. Com isso, a rentabilidade da operação evoluiu 5,9 pontos porcentuais em dois anos e fechou 2017 em 18,3%.