Movidos a novas TECNOLOGIAS
Busca por melhor eficiência operacional e investimentos em inovação têm garantido bons resultados aos bancos, que passam por momentos de mudanças
Diferentemente do que ocorre com a maioria dos segmentos econômicos, o setor bancário vai de vento em popa. O lucro líquido em 2017, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), foi de R$ 82,9 bilhões, cerca de 28% maior do que os R$ 64,8 bilhões registrados em 2016. O patrimônio líquido saltou de R$ 541,6 bilhões em 2016 para R$ 595,6 bilhões no ano passado. Ainda assim, o setor passa por um processo de transformação. “É constante a busca por melhorias na eficiência operacional”, diz Sérgio Biagini, sócio de Serviços Financeiros da consultoria Deloitte no Brasil.
Alinhadas a essa estratégia, as instituições costumam investir de forma contínua na oferta de serviços e produtos cada vez mais modernos, eficientes e adequados ao perfil e necessidades dos clientes. De acordo com a Pesquisa de Tecnologia Bancária 2018 da Febraban, realizada pela Deloitte, no ano passado os bancos destinaram R$ 19,5 bilhões para investimento e despesas com tecnologia, avanço de 5% em relação a 2016. O estudo também mostrou que investimentos com software, que aumentaram 15% ante 2016, representam metade do orçamento dos bancos em tecnologia. Hardware consumiu 32% dos recursos e telecom, 18%.
As movimentações financeiras por aplicativos de celular respondem por 35% de todas as transações bancárias. Os pagamentos de contas por mobile banking saltaram 85% em relação a 2016. O número de agências digitais (aquelas em que os clientes são atendidos por meio de chat, e-mail, telefone ou videoconferência) saltou de 101 (em 2016) para 373 (em 2017). O oposto do que ocorreu com o total de agências físicas: de 23,4 mil (em 2016) para 21,8 (em 2017).
O estudo da Febraban comprovou ainda que os bancos estão na vanguarda tecnológica: 80% deles investem em inteligência artificial, computação cognitiva e analytics; 75%, em blockchain (sistema que garante a segurança das operações realizadas por criptomoedas); e 45%, em internet das coisas.
ALIADOS COM AS FINTECHS
Desde 2015, o setor bancário passa por outra grande transformação motivada pela chegada das chamadas fintechs, nome dado às startups que trouxeram muitas novidades para o mercado de serviços financeiros. Mas, ao contrário do que se supunha no início, com o passar do tempo elas não se tornaram concorrentes dos chamados bancos tradicionais. “No mundo inteiro as fintechs se tornaram grandes aliadas das instituições. Esses novos empreendimentos se transformaram em importantes celeiros para desenvolver, usar e aplicar tecnologias disruptivas. E, junto com os bancos, criaram um ecossistema interessante e amplo para troca de experiências e inovação”, explica Biagini.
Nesse cenário de transformação digital, um ponto é certo. As fintechs vieram para ficar e estão se multiplicando, oferecendo aos clientes produtos e atendimentos diferenciados. Segundo dados do Radar FintechLab divulgado em novembro de 2017, havia 332 fintechs no Brasil, incremento de 36% em relação ao levantamento anterior, de fevereiro do mesmo ano.
Em 2017, o lucro líquido do setor bancário brasileiro foi de R$ 82,9 bilhões. No ano anterior havia sido de R$ 64,8 bilhões