MUDAM-SE OS TEMPOS, MUDAM-SE AS VONTADES
Com o perfil do consumidor em transformação, empresas do setor de bens de consumo investem em tecnologia, personalização e novos produtos
Por sua relação direta com o consumidor, o setor de bens de consumo é um dos que mais vêm passando por transformações com o objetivo de se adaptar a um perfil de cliente cada vez mais exigente e personalista. Para se manter em destaque, as empresas que compõem o top 3 da categoria investiram pesado em tecnologia, o que lhes permitiu diversificar o portfólio de produtos e conhecer seus clientes mais profundamente. Um exemplo é a Tramontina, primeira colocada no ranking do setor.
Há alguns anos, a companhia vinha trabalhando em melhoria de processos, o que manteve em 2017, quando ampliou o foco para itens como tecnologia de produção, conhecimento e inovação. De acordo com o presidente do Conselho de Administração da companhia, Clovis Tramontina, esses investimentos permitiram entregar tudo o que foi prometido em suas mensagens. “A busca pela qualida- de e pela transparência está em nosso DNA e isso é fundamental. Apostamos no investimento para consolidação da marca e, principalmente, nas pessoas para cumprir uma missão indelegável: gerar valor ao consumidor nas mais diversas fronteiras, culturas, épocas e ocasiões”, diz. Como resultado dessa aposta, a Tramontina conta hoje com 18 mil itens que atendem segmentos diversos, como utensílios e equipamentos para cozinha, eletros, ferramentas para agricultura, jardinagem, manutenção industrial e automotiva, veículos utilitários, construção civil, além de materiais elétricos e móveis de madeira ou plástico. “Um dos lançamentos mais recentes e revolucionários foi a criação da linha Lyon: uma panela que funciona como forno, mas não vai ao forno”, afirma, lembrando que a marca também trabalha para se consolidar no território em que é especialista: produtos para churrasco.
Para a segunda colocada do setor, a Natura, o ano passado foi de intensa transformação, o que resultou em uma melhor percepção do mercado sobre o potencial de geração de valor da empresa. “Recuperamos a liderança no mercado brasileiro, em razão de uma estratégia de marca renovada, da revitalização e digitalização da venda por relações e da aposta na multicanalidade, com contínuos ganhos na produtividade das consultoras, que subiu mais de 24% no segundo trimestre deste ano, com altas significativas observadas também ao longo do ano passado”, revela o vice-presidente de venda direta da Natura, Erasmo de Toledo.
Parte desse processo foi a aquisição da The Body Shop, que desde o terceiro trimestre do ano passado vem contribuindo para o resultado do Grupo Natura. “Com a compra da The Body Shop, somada à aquisição da Aesop três anos antes, demos um passo decisivo para nos tornarmos um grupo global, multimarca e multicanal, com três empresas comprometidas com a mesma visão de práticas de negócios éticas, sustentáveis e de impacto social positivo”, afirma Toledo.
A terceira colocada no segmento, a Arezzo&Co, superou o patamar de 12 milhões de pares de calçados e 1,2 milhão de bolsas em 2017. Os números representaram um crescimento de 8% em sua receita bruta, com destaque para o comércio eletrônico, que avançou 19,3% no ano passado. De acordo com o CFO da Arezzo&Co, Rafael Sachete, com esse incremento, o canal web passou a representar 8,5% do faturamento da companhia. “Também iniciamos nossa jornada de transformação digital, processo que começa com pessoas motivadas e iniciativas, não apenas com tecnologia”, afirma.
Tramontina aposta em tecnologia para diversificar e ampliar portfólio e conhecer melhor os seus clientes “A busca pela qualidade e pela transparência está em nosso DNA e isso é fundamental” Clovis Tramontina, presidente do Conselho de Administração da Tramontina