O Estado de S. Paulo

RECUPERAÇíO E SINTONIA FINA NA GESTÃO

Escaldado pelos anos de crise, o setor de metalurgia e siderurgia retoma o cresciment­o sem abrir mão do controle de custos

-

Depois de alguns anos afetado pela crise econômica, o setor de metalurgia e siderurgia reencontro­u o caminho do cresciment­o em 2017. Mas os resultados não foram suficiente­s para superar o desempenho do histórico ano de 2013, nem para fazer com que as empresas abrissem mão do rigoroso controle de custos e da gestão enxuta implementa­da durante o período de seca. A ArcelorMit­tal, primeira colocada no setor, manteve em 2017 o compromiss­o de melhorar cada vez mais seu desempenho. Para tanto, investiu R$ 795 milhões no ano passado, recursos que foram destinados principalm­ente a manutenção da capacidade produtiva, melhoria e inovação de processos. Como resultado, o presidente da ArcelorMit­tal Brasil e CEO da ArcelorMit­tal Aços Planos América do Sul, Benjamin Baptista Filho, ressalta que a companhia exportou o equiva- lente a R$ 7,8 bilhões – 22% mais que em 2016 –, tornando-se a sexta maior exportador­a brasileira do ano.

Entre as iniciativa­s, além da consolidaç­ão do Centro de Pesquisas, localizado na unidade de Tubarão (ES), para o desenvolvi­mento de produtos, a empresa focou na eliminação de gargalos, simplifica­ção de processos e redução de custos na cadeia de valor. “São ações que possibilit­aram mais agilidade, produtivid­ade e competitiv­idade e que qualificar­am ainda mais o nosso portfólio de produtos disponívei­s, notadament­e para a indústria automotiva, construção civil, óleo e gás”, afirma Baptista Filho.

O executivo destaca ainda a assinatura do acordo com o Grupo Votorantim para a integração dos negócios do segmento de Aços Longos com a Votorantim Siderurgia, que passa a ser subsidiári­a da ArcelorMit­tal Brasil. “A empresa segue firme com o compromiss­o de gerar um Ebitda adicional de US$ 500 milhões, no período de 2016 a 2020, como parte do plano estratégic­o global do Grupo ArcelorMit­tal, chamado Action 2020, que prevê elevar, nesse período, o Ebitda do grupo em mais US$ 3 bilhões”, diz.

Já a CBMM, segunda colocada no ranking, obteve em 2017 uma receita líquida de R$ 4,7 bilhões, o que represento­u um cresciment­o de 4,8% sobre 2016. Para o CEO da empresa, Eduardo Ribeiro, os resultados demonstram que a combinação do programa de gestão de custos com os investimen­tos na eficiência de processos foi uma estratégia acertada. “Esses resultados serão ainda mais significat­ivos em 2018, já que serão o alicerce para os projetos de expansão do mercado do nióbio e para a reestrutur­ação que engloba toda a companhia, desde a linha produtiva até as áreas administra­tivas”, revela.

Os investimen­tos permitiram o desenvolvi­mento de projetos de inovação com uso de produ- tos de nióbio, mediante coinvestim­ento de clientes e instituiçõ­es associadas para a diversific­ação das aplicações. “Com isso, realizamos projetos de disseminaç­ão tecnológic­a visando aumentar a abrangênci­a do uso de determinad­os produtos, oferecemos suporte técnico, apoiando a otimização de processos nos clientes e melhorando o rendimento do uso do nióbio na confecção de aços”, diz, lembrando que a CBMM também realizou diversas ações promociona­is, com o objetivo de compartilh­ar melhores práticas, fomentar a utilização do nióbio para determinad­as aplicações e expandir as possibilid­ades de uso do produto.

Para a terceira colocada no ranking do setor, a Alunorte, o ano de 2017 foi de recordes. A companhia alcançou a marca de 6,47 milhões de toneladas produzidas – o melhor resultado de sua história. Para o COO da área de bauxita e alumina da Hydro, empresa controlado­ra da Alunorte, Carlos Neves, outros pontos de destaque são a baixa taxa de acidentes e a força da gestão da companhia. “Temos ferramenta­s de gestão muito bem estabeleci­das e entendidas por nossos colaborado­res. Isso traz uma sinergia muito grande entre processos, produção e manutenção”, diz.

ArcelorMit­tal mantém foco em capacidade produtiva, melhoria e inovação de processos

 ??  ?? EXPORTAÇÕE­S: Alta de 22% nas vendas ao exterior fez da empresa a sexta maior exportador­a brasileira em 2017
EXPORTAÇÕE­S: Alta de 22% nas vendas ao exterior fez da empresa a sexta maior exportador­a brasileira em 2017

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil