GESTÃO E TECNOLOGIA ESTIMULAM A PRODUÇÃO
Em meio a avanços na regulação e retomada de leilões, empresas investem em gestão e inteligência artificial para aprimorar processos
As empresas mais sólidas dos setores-base da economia estão conseguindo recuperar o ânimo. Além das vantagens naturais no País, o cenário agora inclui regras modernizadas e novos leilões nos setores de mineração, petróleo e cimento. Os efeitos desse cenário positivo são representados pelos resultados da Vale e da Salobo Metais, ocupantes, respectivamente, da primeira e segunda posições no levantamento
Estadão Empresas Mais. “Estamos nos tornando cada vez mais previsíveis, flexíveis e oferecendo produtos premium em todas as linhas de negócio”, afirma a assessoria de comunicação do Grupo Vale, que responde pelas duas empresas. O objetivo é aumentar a estabilidade e a geração de caixa e, com isso, reduzir a dependência do preço das commodities, maior parte dos produtos das duas companhias.
Ganhar na margem de lucro e não no volume vendido é a estratégia da Vale na produção e comercialização do ferro. Para isso, mistura diferentes teores do minério: os mais concentrados extraídos no complexo S11D, em Carajás, no sudeste do Pará, com os mais diluídos encontrados nas operações em Minas Gerais. A mistura ocorre em centros de distribuição próximos dos clientes, o que aumenta a valorização do produto e agiliza o atendimento da demanda.
Uma das grandes produtoras de níquel, a companhia optou por reduzir a extração, produção e venda desse minério. Isso por- que a maior parte da demanda vem da indústria de aço inox, segmento que não precisa de materiais de elevado grau de pureza, a principal produção da Vale. “O objetivo é proteger nossas reservas para nos dar a oportunidade de participar da revolução dos carros elétricos quando ela se tornar realidade”, informa a empresa.
Nesse mercado, o cobre é outro minério que se destaca, e a Vale tem grande representatividade. A Salobo Metais, controlada pela mineradora, produz cerca de 200 mil toneladas do minério por ano. A tecnologia empregada na exploração permite menor consumo de energia e 98% de reaproveitamento de água. De acordo com a Vale, cobre e níquel têm se destacado. No segundo trimestre deste ano, o Ebitda de metais básicos da Vale representou 20% do total da companhia, ancorado em maiores volumes de níquel, cobre e subprodutos e nos maiores prêmios realizados de níquel.
E no setor de petróleo, óleo e gás, a Petrogal Brasil viu suas operações no País crescerem 48% em 2017. Neste ano, a produção diária já ultrapassa 100 mil barris e duas novas áreas de exploração foram adquiridas. A empresa está atenta às mudanças no setor e prepara seus produtos. “O portfólio deverá ser competitivo e rentável em cenários variados de preços e preparado para a redução das emissões associadas ao consumo energético global”, avalia Miguel Pereira, CEO da Petrogal Brasil. “A discussão da transi- ção do modelo de energia já está interiorizada na direção estratégica da empresa”, complementa.
Para aumentar a eficiência e expandir as operações, a Petrogal lançou um protótipo de assistente virtual capaz de otimizar a localização de novos poços petrolíferos e avaliar melhor os riscos das prospecções. O sistema é suportado em soluções de Inteligência Artificial, desenvolvidas pela Petrogal Brasil em parceria com a IBM Research Brasil.
Ganhar na margem de lucro e não no volume vendido é estratégia da Vale